Apresentação

Ser humano é medo, é fragilidade, lágrimas e sangue...
sofrimento, agonia, angústia e lamento sem fim...
a mim, a ti, a nós, o medo atacará até perder a voz..
vocês não acreditam...
enquanto isso..
ele age silenciosamente ...

Somos alimentados por medo!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

.....Algures....


Sê bem vindo a Huambo, 19 Novembro de 2002...

Não posso facultar a minha identidade....
se eles me apanharem? ...  Acabou!

Chove muito no meu covíl
onde tudo é preto e vil
concebo escrituras na parede árida
escrevo sobre o sofrimento nas estepes de Africa
onde é há fome, doenças, violência e angústia
procura-se obcessivamente por uma mente lúcida
tremo com a caneta por sinto isto no coração
ver almas tão puras sem carinhos ou condecoração
só maus tratos por quem eles julgam que os protege
aqui quem acredita em Deus é normal, quem não acredita é herege
que adianta dividir a população, quando o destino é similar?
somos apenas alvos pre-definidos prontos a eliminar
chacina cruel e crua dos senhores do capital
cubos de gelo desprovidos de qualquer compaixão espiritual
custa-me ser um prisioneiro nesta jaula doentia
consporcada em sangue e armas, escura, sem janelas, fria
como Mandela fui encarcerado por cantar a verdade aos sete ventos
tirei-a intacta das mãos de dementes que a jogaram em lagos lamaçentos
o ultimo olhar do homem livre traz na retina a pureza
que combate estoicamente esta falsidade indefesa
alimentada pelo petróleo e diamantes
muitos desesperados põem futuro nas mãos de cartomantes
quiromancia nada vale contra as balas
aqui não há caixões, abrem-se valas...


.... 19 Novembro,Huambo,2002....


Este poema foi retirado de experiências que tive no eclodir
da guerra cívil Angolana, que fez desbaratar bens alimentares,
de saúde, estropiou bolsas de valores, assassinou milhares de
cidadãos, mulheres, homens, crianças, idosos, jovens....

Calma! É só o início do holocausto!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Vida

Qual é o mistério da vida?...
vivê-la da nossa maneira...
sem desvios ou nuances...


Sê tu próprio dentro daquilo
que projectas-te para a tua vida,
tenta ser um aladino e não uma
bela adormecida, não adormeças
neste expresso sombrio, novas
do mundo real eu anuncio,
luta pela tua realização, sê util e
criativo neste projecto de
civilização.

Num limbo onde só reside
medo e morte, aposta a
moeda negra neste tabuleiro
da sorte, a vida é um espaço
temporal onde a escuridão marca
os limites, guia-te por certezas e
deixa de te alimentares de palpites.

Estes versos que sirvam para
acender a luz da consciência
em alguns hipocampos, faz falta
personalidade neste mundo de cópias,
a autenticidade passou de característica
a utopia, sejamos autênticos, sejamos
nós!

domingo, 25 de dezembro de 2011

Fénix!

Num buraco negro vive o esquecimento
na parede do lamento esculpo a minha desgraça
com água e massa sem traça de tabaco ou substâncias
quiromancia onde revisto a minha sina
assassina e talentosa que até me denuncia
ânsias antecedem o erro e a deficiente execução
inoculação de influências na corrente sanguinea
calma! Vamos respirar fundo...afundo em mim
o barco amaldilçoado, fui abençoado com este
dom, com dedicação e empenho, venho trazer-vos
poesia rotulada com o carimbo de Lúcifer,
medo? Nada disso, pesquiso e valorizo a procura
de cultura, perdura em mim a ambição de fazer
melhor, com pulmões como um tenor, com um
ferro em brasa marco as minhas iniciais nas
costas da censura!
combalido das alucinações que me
ensombram o dia a dia, esqueci o
aroma do oxigénio e da maresia,
tento no nevoeiro decifrar o criptex,
não acho o nexo, profundo como sexo,
complexo, com tal dificuldade fico perplexo,
vã alma que vagueia neste vão de escada,
fechada na sua falta de conteúdo, produto
mudo, surdo, eunuco, não aconselhavél para
a mente de um puto, esvaio-me em esperma
vernáculo como um pénis, houve quem
me julgasse morto,
não acreditem meus caros,
eu renasço como a Fénix!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Sejam Livres!

"Este texto que vou desvendar contem conteúdo
deveras chocante.Portanto, apague a lareira,
deite as crianças, recolha aos seus aposentos,
e tenha medo, muito medo, porque vai começar
o holocausto!"

Numa cela preso, onde estão
mercenários, vigaristas, chulos
bruxos e opurtunistas, chantagistas,
sustetam grupos de jovens com
ideias anarquistas, para despoletar
a greve e a anarquia, no centro ou na
periferia, é desmedido o ódio destes soldados
alucinados por uma liberdade sem regras,
tal e qual a violência que encharca as
ruas gregas. Nas suas faces vejo terror,
esta cela é um cubículo, só cheio suor e
horror, cicatrizes na face, sinais duma luta
sangrenta,  é resultado demoníaco de quando
a bolha arrebenta, esperança dizima-se num
leito de incertezas, de desemprego, crime,
toxicodependência, deixando as células
indefesas. Ser humano consome-se a si
próprio de uma forma bizarra, e faz da insanidade
algo sem fim como uma praia sem barra,
sinto-me envolto em mistérios, revolvo em mim
mesmo, esgoto-me na minha rebelião, deste mundo
maldito, sem ordenado principesco. Compreendo
a dor destes solitários, foram envenenados e
plastificados como aves em aviário.

Moral da história, a prisão mental é mais escabrosa que qualquer
outra, provoca disturbios no senso cumum e arrasta consigo uma
panóplia de caminhos errantes frequentemente pisados por quem
é absorvido pelo buraco negro do esgotamento mental!

Sejam saudáves, sejam livres! 

"O ser humano é o começo e o fim de si mesmo,
dependendo da forma como se comporta,
perante as suas nuances, no seu modo de agir,
de ver, de sentir, de se expressar e de decidir"

De: Rui Castro.

domingo, 18 de dezembro de 2011

A cidade da morte!

A minha escrita é ácida como um
narcótico envolto numa mortalha
escondida num celeiro como uma
serpente no meio da palha, sinto dores
no músculo, é cristo a espetar-me agulhas
ardentes como fagulhas, brinca comigo
como um boneco voudou, goza na
minha cara enquanto suo para escrever
este auto endiabrado, ardente como
o inferno no solstício,

cuidado! baixem-se!
provoco alucinações visuais com 10 quilos
de fogo de artifício!

A cadáverica expressão
que se esbate na minha face, nasce do feitiço
feito pela bruxa da noite que me encarcerou
na cela da maldição!

Estou esgotado desta palhaçada
em forma de republica,  acção púbica, faço sexo
com palavras sem preconceitos ou gajas com túnicas,
único propósito de me quereres a sofrer é a tua satisfação
pessoal, crucial direito tenho de interromper a tua façanha,
sê bem-vindo à gramática que galga prédios e cidades,
chama-me homem-aranha!

De bandana e uma caneta com 7 balas,
sem medo ou pena, enterro falsos artistas
um a um, funerais em valas, olha para dentro da tua
alma, com calma, bebedo e perdido faço magia,
se não te lembrares do meu nome, podes tratar-me por
Jorge Palma...

Tive de prender o caderno em gaiolas,
de tanto quererem fugir, os satânicos verbos
ficaram sem solas, esmolas como metáforas ou
expressões, assombrações, fusões praticadas
por anões, a musica parou porque agora só se vive
sem pulmões!

Destino

Nunca pensei em tal coisa...
no nó de acesso à A1  deu-se a cena..
tarde chuvosa baptizou este acidente...
controlo perdido do carro foi o suficiente
... não conhecia esta sensação de morte
iminente...o asfalto tornou-se num matadouro
.... nem o couro se salva, senti-me pequeno
perante o poder de ceifa do destino, a miúda
berrava na berma olhando horrorizada para
o carro destruído...eu com o sangue feito num
cubo de gelo tentava apaziguar a dor que berrava
na alma da minha irmã...chegou a ambulância, chegou
o reboque, por mais acção que houvesse, o carro
era o foco, sufoco quando penso que a minha vida podia
terminar num quilómetro sádico, frutuíto e ocasional,
quando o encontro com satanás é esporádico...
agora que penso nisto, insisto em sorrir para fazer
frente à tristeza, sinto-me feliz por continuar a ter
prato na mesa
..... a vida tem mais cor quando o negro da morte
tenta ofuscar-lhe o brilho....
Um carro antes de ser uma solução para andar depressa
é uma forma de morrer rápido!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Infusão!

Numa jaula choro a falta de liberdade...
a malícia ultrapassou a idade da puberdade..
já é adulta, tem filhos e semeia a sua sucessão
leva para o vácuo ignorantes em forma de sucção
sinto o cheiro do sangue da população humana
profana reacção química leva a conduta insana
alucinante reencarnação do diabo na minha escritura
sou o veneno não a cura para estes falsos de espírito
centenas de poemas forjados da fornalha do inferno
interno colapso do sistema central de pensamento
auto-flagelação quem me tenta encurralar nesta beco
peco por defeito, dou demasiada atenção a essa gente
descrente e demente que mente ao tentar poluir
a minha mente com conteúdos plastificados
animais amestrados encenam cenas medíocres
na televisão, visão demoníaca de quem passa dias
e dias a fio controlado pela máquina audiovisual
prefiro o ritual, habitual, evolução mental do ponto
de vista cultural, alimentado pelo sangue daqueles
que faleceram para nos abrir o caminho, pergaminhos
que ditam as leis em hebraico, indecifrável para todo o laico
máquinas de tortura entorpecem músculos e tendões,
infusões e transfusões de espírito, mítico no templo
onde outrora foi proscrito, não acredito que depois de tanta
luta, haja quem desacredite na minha labuta, como uma
teoria que nem Einstein refuta!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Submisso

A minha vida é uma roleta russa
gira em torno de um dinâmo
acuso o desgaste desta vida louca
a clarividência é pouca
usa e desusa da minha sapiência
quando não sei um conceito ela ensina-mo
submisso por vezes à sua vontade
dá-me força para trepar esta grade
que me tolda o futuro nesta jornada
escrita encriptada mais fresco que uma lufada
de ar puro neste circuito puro e duro
obscuro horizonte revestido com névoa
meço a minha métrica com uma régua
centímetro a centímetro sem falha
como uma limalha
perfeito na construção
não deixo nada ao calha.
Perfeito na execução do exercício
rimático, prático, enigmático,
vocabulário biológico vindo
do sistema linfático, suplícicio para quem
critíca, as palavras dos meus poemas são
escritas com o sangue de poetas mortos,
encarcerados em caixões, abominam
os meus dias com dezenas de aparições,
exorcismos e ilusões, como bonecos
de trapos escondidos em gavetões...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Vingança

Gozado em pequeno
por não seguir a moda na voga
pontapeado no corpo vezes sem conta
é uma cena que ninguém acredita quando
se conta, mas a verdade é pura como a pureza
que eu não via nos olhos de quem me rebaixava,
fechava-me no quarto e escrevia no instinto
enquanto pensava nos sem-abrigo na rua
embevecidos em vinho tinto, ou senhoras
a vender a alma por notas, notava que era
tristeza fazê-lo, então tinha que dissecá-lo
ao descrevê-lo. horas e horas de rimas e prosas
pacíficas e assombrosas, alicerçadas em épocas
de paz ou mais nervosas, sempre disseram que
eram magnifícas, inovadoras, fugindo sempre
ás críticas típicas.
Noites consecutivas a criar frases a partir
do nada, não sou mago nem fada, sou
filho da escrita endiabrada, vertical nunca
dobrado, jamais pela lama da fama
impregnado, no Minho nado, no leito da
verdade nado sem instrucções ou restricções,
faço o papel e caneta terem fricções,
desgasto a minha mente com milhares de
alucinações!
Via-te rires-te de mim num
tom descarado, mas quando o assunto
era a mente eras desmascarado, mascarado
pela marca das tuas roupas, mas denunciado
pela tua cabeça oca, o carismo e talento não
se compra nas lojas da tua rua, nasce com
a pessoa, abençoa o feto ainda em formação,
afirmação lenta mas acertiva, nao falsiada,
trabalhei horas a fio, no fio da navalha,
na aresta afiada da limalha, para obter
o produto esperado, o verso limado
até à exaustão, holocausto na sua
opinião, quando eu pegar no meu hipocampo
e no meu coração, e efectuar o ritual,

divinal, ancestral, a perturbadora fusão!

A besta.

Tento ser o anjo neste inferno de ilusões
sem asas tento planar por cima dos vulcões
vejo crianças chorarem lágrimas de agonia
crio uma sinfonia anímica para abrilhantar o seu dia
numa encruzilhada de hipocrisias arde a alma
que intoxica o organismo desta gente que se esfalfa
a trabalhar horas intermináveis para cumprir a pena
em forma de suplício hérculeo à luz duma vela
acesa numa tocha pousada num candelabro
a fera espuma-se de raiva na cela enquanto a abro
olhos brilham de ódio e cólera de quem o torturou
aprisionou a sua existência durante décadas inglórias
sem memórias limita-se a agir por reacção cega
sobre quem durante anos e anos a abordou.
É o circo das aberrações, abominável cenário
repleto de ilusões, à minha volta vejo sangue
e corpos com deformações,  caldeirões em chamas
onde se cozinham corações!

sábado, 3 de dezembro de 2011

Cuidado.

Instável mas tento estar ao mesmo nível
sou difícil de encontrar como amostras de
niquel, fluídos cósmicos dispersam na atmosfera
como flutuações de cometas para lá da estractoesfera
alinhado como astros em escritos egipcíos,
bano de dentro de mim praticamente todos os vícios,
da doença do jogo á ignorância das drogas,
tudo começa com indícios ou companhias
desviantes, que nos transportam para num núcleo
de experiências alucinantes, alucínio e desgraça
gratuita graça para quem passa, furtuita risada
fotografa pela camâra da vida, que caça num
segundo mais uma vítima da diversão desmedida.

Andamentos perigosos, és praticamente pele e ossos,
pensamentos tumultuosos, venenosos, esquemas
orientados por gajos manhosos, sócios, negócios,
habituados ao ócio, tratam-te como mercadoria,
caminhas estes fossos num trilho esburacado
que te fará acabar no poço moço, destino
insosso, maldoso e ganancioso, nos registos
policiais já és cliente bem famoso, na praça e nas
revistas és motivo de mal dicência e gozo!

Balanço.

Semeio sorrisos para colher abraços
dos meus amigos conheço todos os traços
baços espaços que escondem fracassos
neles estás escondido como um ladrão
apagão mental traz a tona o erro crasso
seja em tristezas ou em alegrias histéricas
genéricas situações que atraem invejas periféricas
cadavéricas faces que clamam pelo azar
mas eu sigo em frente já que adoro sonhar
inundar a minha mente de ambições e
metas correctas que se tiveres coragem
são concretizadas com a velocidade de setas
epilécticas reacções de quem prevê a dificuldade
sem imunidade também vejo a agressividade
dos tempos agrestes que revestem a cidade
outrora estandarte de sagacidade e vivacidade
agora é um beco ocupado por fantasmas
assustam levianamente putos com asma
população pasma quando loucos jogam
a vida humana num sorteio sádico
por causa de notas ou plasmas!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Rosa

Uma flor era rosada e viçosa
bafejada por uma brisa bem airosa
era uma rosa bem vermelha
o seu nome reflecte a beleza que espelha
numa mesa ou num jardim
nela consiste uma vivacidade sem fim
nem toda a mulher merece uma rosa..
é preciso ter simplicidade no trato
a entrega duma rosa é algo sensato
sentido e sentimental
meto-te num pedestal
se souberes ligar poesia e uma rosa
de forma tão valorosa
que faças algo mágico e crucial
uma rosa é uma rosa
não adianta rimar mais
valor desmedido
fresca como água, brilhante como cristais.

A crise.

Era uma vez uma terra escura como a face oculta da lua, onde tudo era cizento e sem tez, a terra era árida sem qualquer tipo de substância.Terra estropiada pela militância de soldades cruéis, sem qualquer tipo de clemência ou valores sobre a vida humana e o seu incalculável valor.O verde sucumbiu em prol do betão e a cor deu lugar ao pálido, a brisa tombou num desmaio profundo sendo agora um nauseabundo fedor de morte e angústia.

Estou a falar da cidade de Cifras, uma cidade outrora estandarte da prosperação, capital do capitalismo desenfreado, multiplos negócios coabitavam no mesmo espaço sideral. As crianças brincava em verdejantes campos de jogos, moderníssimos equipamentos desportivos para uma práctica saudável, tudo parecia perfeito
num cenário de alegria e amizade anestesiante, mas....
tudo tem um senão, esta paralisante perfeição desvaneceu-se como um castelo de cartas quando a inveja, cobiça, o ódio e a propagação da crise económica devastou banca e bolsa de valores, populução cegou ao entrar numa competitividade irracional, bens alimentares subiram em flecha para preços proibitivos no que toca à sobrevivência alimentar de adultos e crianças. Bancarrota foi o passo seguinte numa queda absurda onde todos clamavam perante justiça injustiçando quem pouco era responsável pela apocaliptíca situação desta metrópole que desabou em meia dúzia de meses.

O inevitável aconteceu! As actividades ílicitas propagaram-se de uma forma assustadora, ladrões, vigaristas, homicidas corruptos, drogados e prostitutas surgiram nas ruas à velocidade da luz, pintaram as esquinas de um preto mórbido, triste, silencioso, macabro e atroz, asfixiando a liberdade e o bem estar de quem nela cruzava em favor do seu único propósito: Conseguir angariar o maior numero de dinheiro possível para fazer face a uma miséria medonha que os envolvia num enlace de dor e depressão sórdida.As Crianças foram aprisionadas numa escola resultadista, sem qualquer tipo de consciência social, moral ou ética, adocicados desde cedo com o sabor infame do dinheiro que faz girar esta babilónia consumista onde a produção se sobrepõe a postura pessoal, carisma, talento natural e fantasista.

Esgotados desta luta inglória, os cidadãos foram falecendo, numa hecatombe brutal que ceifou milhares de vidas, envoltos num destino demoníaco, num ápice, as caras viraram lápides, os corpos viraram cadáveres, e as almas viraram espíritos negros que contrabandeavam sofreguidão e desespero em cada beco deste cemitério de almas.A placa giratória do dinheiro, essa meretriz dos tempos modernos, tinha acabo de fazer mais uma vitíma....


(Nesta fábula tentei metaforizar os efeitos nefastos da crise, e mais do que isso, os efeitos nefastos do dinheiro esbanjado sem dó nem piedade, que quando retorna leva tudo à sua frente, espalhando o caos anímico e financeiro nas principais cidades mundiais, mesmo com a crise que atravessamos, a cultura, o saber, o amor, o carinho, afecto, são tudo conceitos para muitos ilógicos, mas duma importância vital no nosso desenvolvimento e no nosso bem estar mental, espíritual e kármico durante o dia a dia, pense

"Antes de olhar para uma nota e dizer : adoro-te, olhe para uma mulher e diga : amo-te!"

Rui Castro

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Hipersónico.

O cronómetro conta e desconta o tempo,
grandioso evento num feixe de poesia,
anestesia mental dilui-se no flúido pensamento,
medicamento alucinogénico como cannabis,
polúis o teu hipocampo, dantes era amplo
agora é diminuto como o descernimento
de um sonâmbulo, abominável visão
atemoriza-me num espelho prostado
na parede, a minha sede de bruxaria
engole o meu bom senso, pertenço
à seita dos poetas mortos, como corvos
esvoaçamos até aos céus mais profundos
, do inferno oriundos, como profetas
contemos no bico os mandamentos sagrados
para tempos mais fecundos.

A minha medula
estremece quando sinto violarem o meu casúlo,
fulo, de placenta em placenta pulo,  enquanto
não chega o fogo da verdade, nele me emulo,
até as portas do paraíso, idealizo como será
esta nova passagem, hipersónica viagem,
um combinado de loucura e coragem, o portal
abre-se na sua plenitude, com tamanha magnitude,
amiúde calcorreamos este trilho, em direcção ao
brilho, que nos levará ao eterno Éden, onde um
poeta é tratado como um filho!

Jaula

Numa jaula sinto-me aprisionado
neste chão impregnado, triste fado,
neste escuro beco fui nado, só vejo
sangue e choro onde moro, neste
caos imundo está meio mundo traumatizado,
é a desgraça sem graça de forma gratuita,
fortuita furtuna não se coaduna com gente
que sofre de escleroses e dores prefurantes
na coluna.

Caem lágrimas em catadupa na face
do meu avó enquanto vê o toda uma vida
arruinada pela vigarice de uns tantos, mil e um
encantos e mais alguns sonhos, perdidos em
falsos cantos, onde ele viu prosperação e
felicidade agora só restam fantasmas e medronhos
irracional o modo como esfumamos ambições
de pessoas que lutaram uma vida, de forma prevenida,
longe da droga e da Sida, mal sabiam que o Diabo
estava dentro da sua própria família..


Aperta-me o coração quando topo que
no vago aspecto de um copo pode-se fazer
ruir um futuro alicerçado deste moço,
é triste a vaga alma que alguns ostentam,
a fúria que fomentam, a raiva que alimentam,
e só quando viram tudo de pantanas é que
se contentam, nessa gente não há amor,
calor humano, sorriso na cara, qualquer tipo
de fervor, só guardam inveja, cinismo, mentira
e rancor, descoloridos, vivem a vida a preto a
branco, destino enovoado no bréu,
é impressionante como conseguem subsistir
neste clico sem quaquel tipo de cor!

domingo, 27 de novembro de 2011

Escrita

Paisagem pintada a tinta preta,
caneta escorrega nesta biblioteca,
a luz do candeeiro já me fere o olhar
que vê brilhar esta folha, encolha
a palavra o que encolher, eu destilo
ódio e raiva nesta escrita, porque
estrupo os canalhas que maldizem de mim,
residem neste jardim à beira mar, pesar
sinto para aqueles que nao puxam inspiração
da sua mente, permanente estado letárgico
do hipocampo, amplo arsenal gasto de insultos
e trinta por uma linha para me rebaixar, não
posso relaxar, quando a escrita evolui todos os
dias, adivinha o que faço para me manter
na mesma forma? Busco conteúdos surreais
e totalmente fora das normas!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Cemitério dos Corações

Enlaço o destino na coragem quando nado
Até á margem, numa miragem vês a
Paisagem mais bela, relato o que vejo
Quando vejo, quando ouço,
Quando desejo num ápice como
O prazer de um beijo....
No rio vejo a transparência,
Apelo a sobrevivência da resistência,
Coerência espiritual, crucial para a
Continuação desta tropa criativa,
Nunca subversiva, gero apetência para
Espalhar esta missiva, para combater a
Destruição da sociedade,.....
A puberdade humana enjaulou a alma
Num circo de feras....
Cadavéricas aparições ilusionam salões...
Sejam bem-vindos ao cemitério dos corações....!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Poeta.

Poeta sou chamado,
Por aqueles que me seguem,
A minha escrita de todo o lado,
Como um trapézio sem rede,
Sem protecção ou seguro,
Vocês são especiais por mais que neguem,
Aqueles especiais,
Cruciais nos momentos ancestrais,
Onde eu viajo nas asas do destino,
Libertino esvoaçar,
Diletantismo querer transformar escrita em magia,
Antalgia das dores que sinto no crepúsculo,
Antologia quando a rima diverge entre o sonho e o
Músculo,
Emerge do fundo do Atlântico,
Fundo sossego e poesia, sabes bem..
É como sexo tântrico,
Dissolvo tristezas num leito de palavras..
Incertezas diárias que se esfumam,
Perante a potência destas metáforas
Macabras...
A caneta deambula perante a sanidade,
E a falta dela, vela acesa para quem
Sucumbiu a este mundo bizarro,
Onde a hipocrisia é metálica e a
Sinceridade não é mais do que..
Barro!

Verdade.

Olá bom dia, é meio dia e meia hora
Os adictos andam à nora,
Em busca da droga que não se encontra
Correm doidos por aí,
Estrada fora à chuva, movidos a sumo de uva
A moral da vida é tão pequena que não se avista nem à lupa,
Sem culpa foram botados neste circo de feras,
Tantas quimeras, tantas crenças,
E só se vê putos com roupas de marca sentados em Porsches Panameras,
Dão ar de inocentes, de não andarem ao Deus de Ará,
Mas na mala trazem mais coca que cartéis em Bogotá!
É esta a incoerência que nos rege,
Farto de ver injustiças expostas em notícias,
Sem ser herege tento criar ocasiões propícias,
Para deitar abaixo este compadrio que a gente elege,
Desavenças,
Imensas e propensas situações para criar revolução
Inoculação de ideias na zona de maturação
Cerebral, falta lucidez a estes miúdos de agora,
Caixa de Pandora aberta de forma indevida pela
Nata desnaturada que se desdobra em esquemas para
Pisar o próximo, para subir na vida, despida de
Valores morais, em murais se escreve grande
Parte da história da cidade, especificidade
Cultura,
Na ala dura, onde mora o governo da rua,
meus meninos, sejam bem vindos,
ao sítio sem máscara, bem vindos
à verdade nua e crua!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Sintonia com o além..

Nocturno Poético
Fonético em excesso
Nexo cultivado em diminuta frequência
Cadência espectacular,
Perpendicular ao secular modo de escrever,
A ferver,
Sou tão eloquente a poetizar que faço a estratosfera estremecer,
Decoro corações com orações que merecem condecorações
Em galas organizadas por fundações,
Edificadas sobre fortes alicerces,
Faço preces para obter benéces,
Não recolho o que forneces,
Moço vê se me esqueces,
És tão falso pareces vindo do governo mano,
Sem plano,
Provoco dano ano a ano,
Sugo a inspiração e a substância corporal até ao tutano,
Diabólico num futuro utópico onde o mental é hipnótico,
O presente melancólico,
Psicofónico hipotálamo,
Bálsamo num cinzento mórbido,
Cuidado irmão!
O meu lar é composto pelo espírito branco possuído pelo demónio!!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Introspecção !

Ando vazio num mundo cheio de nada
como uma fada esvoaço neste céu azul
de norte a sul deste país afundado em
desgraças, não ando nisto por taças nem
medalhas, se falhas levanta-te e tenta
de novo, és a esperança derradeira
deste povo, não poluas o teu núcleo
senão levas um empurrão no glúteo e
caíras na rua como lixo artístico,
místico sem ser cínico, rimador
clínico, esta barra bate-te como
um anti-histamínico, dissolve-se
na tua aura de poeta urbano que
manda a mentira por um cano, ano a
ano a tua categoria desce num ápice,
a lápis marcam o teu nome na lista
negra, porque deves a tua alma a estes
senhores que fazem da sua mão uma
a mais fria algema.

A tristeza que me invade
enchia três reservatórios no Iraque, no parque
desmarco influências, ando esgotado de demências,
infâncias etiquetadas tornam estes putos
ignorantes, farsantes desta peça de teatro,
que é a nossa vida, espera pelo segundo acto.
A Cortina fecha-se, num despedir melancólico,
bucólico, a minha vida provém de um cavernoso
passado, viciado em bruxaria e espíritos do oculto,
tumulto, busco no escuro a falha no muro para poder
pular para a outra margem da cerca, acerca disto
meditei dias a fio, sem perder o fio à meada, meditação
mediada pelo meu pêndulo mental, fundamental nesta
viagem de elevação espiritual !

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Abre os olhos mano!

Estilo genuíno gerado dentro do cérebro
velocidade hipersónica desta rima torna-te em algo efémero
parco e resoluto que crias intrigas tipo raparigas
já maior de idade ages como criança tipo Avô Cantigas
não intercedo por ti, desculpa lá esta frieza
mas não tolero gente que cospe no prato em sinal de riqueza
presunção e ignorância consome-te por inteiro
num fogacho, encontrar sinceridade em ti, é como uma agulha num palheiro
olhos vendados para o mundo real sem magia ou efeitos
banhado em cegueira e arrogância, mas vestido por uma manta de defeitos
sempre trunfo na manga para desvirtuar a realidade
os teus (supostos) amigos quando falam de ti, carecem de imparcialidade
conotam-te com grandes feitos, feitos numa determinada altura
mas vai se a ver e tu nunca estás, nem estarás à altura
dos grandes acontecimentos que acontecem num espaço
o vidro da tua vida, de tanta porcaria que fazes, que ficou baço
bagaço bebes como um desvairado num desvario
avario só de saber que nessa alma não entra carinho, ambição ou brio
ficção é a definição perfeita para a tua imperfeita
dissolução da mentalidade é a mais recente receita
mas no fundo tenho pena de te ver iludido nesta curta-metragem
ouço-te falar da tua vida e penso logo que é uma miragem
acorda filho neste trilho é bastante o problema e pouco o brilho
a vida é celeuma constante mas não obstante isso,
andar sempre de peito feito é o meu lema!


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Na tumba...

Na tumba jaz o segredo da maleita
ainda não refeita da sentença a bruxa
induz mais um perdido no erro de se
coligar à sua crença, desavença entre
si e o seu interior, temor tenho quando
penso naquilo que já fui à anos atrás.

É a tristeza que me enfurece e trespassa
ameaçada rasgar o meu intimo, por favor
eu suplico, não tragam a bruxa de volta ao
nosso círculo. 

Durante anos inadiu a minha
paciência e resistência com truques e 
planos de fachada, fechada dentro
do seu sepulcro, tumulto mental e 
físico, mítico efervescer, entrada em
combustão momentânea, sinto-me
a morrer dentro desta galeria, vedem 
esta área.

Vinculo entre o coração
e cruz, faz jus à intenção
que demonstras, encontras dentro
de ti uma faceta sórdida, atónico fico
quando te ouço ranger os dentes,
em sinal de raiva, sensação arcaica
não dou ouvidos à opinião pública.

A sapiência é laica!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Poesia

Num verbo cresce a lenda
perfura a fenda no meio da
muralha com metáforas assassinas
abundantes numa mente fértil como
areias finas, gradualmente avanças
neste percurso mental, crucial e
recheado de peripécias, desgraças
chegam de barco neste mar
como tribos fenícias, como satânicos
fazemos poemas em pirâmides invertidas
não entres em pânico, também tenho
sentido de humor e trago linhas
personificadas e divertidas,
sem duplo neste filme, sou
verdadeiro com quem me acompanha
tento manter-me firme como seguranças
da realeza, a beleza da frase é secundária,
quando a substância está em primeiro.!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Escrita!

Vinte e dois anos vividos sempre no limite da aresta
De esquina em esquina a tentar filtrar o bom
Que cada pessoa me oferece, permaneço
Igual a mim próprio, nem arrefeço nem
Aqueço, sempre igual à matriz que sigo
Desde puto, culto faço por ser, a cada dia
Procurando nova cultura, seja poesia ou
Musica, lúdica sempre com uma lição a tirar
Da sua letra,

Fragmentos duma vida dispersa
Agrupados por uma psicose, criando um
Quadro onde relembro memórias onde
Choro, sorrio, vivo, festejo, beijo e
Tremo ao frio, cobiçando o calor que
Me seduz num abraço forte.
Mas a vida não é só magia,
A morte plagia essa importância
Substancia a sua silenciosa justiça
Copiosa chuva de impotência
Física onde me escondo e
Componho com agrado
Fado alegre que faço por
Continuar durante anos a
Fio sem subsidio ou incentivo
De famosos mesmo assim
Tenciono deixar os meus
Pais orgulhosos!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Versículo

Ziguezagueante nesta incessante luta
labuta contra seres depressivos com adjectivos
depreciativos pouco guarnecidos de bom senso
imenso e extenso pensamento que se alonga
numa onda de amostragem de capacidade
de escrita, estimula o cérebro e faz com que
ele brilhe, trilhe o percurso que tens que seguir
dá vontade de rir quando veja esta gente perdida
fazendo figuras de urso.

Não estão cientes
da dificuldade que é limar um estilo e defini-lo
de forma correcta, projecta aquilo que pensas
no papel que te enfrenta, que te atormenta
e não te deixa dormir, antes de criticarem
parem para pensar no esforço e dedicação
daqueles que nunca pensaram em desistir
são infantes que nunca irão chegar ao trono
tão cobiçado, içados até ao ridículo pela fama
cega que os envolve, nestes casos bicudos,
nem a melhor literatura urbana resolve !

Consumido pela chama da inveja, sobeja
ignorância e fraqueza de espírito,
mentes apodrecidas em crónico estado
clínico, cínico e de olhos baixos, bêbedos
como cachos e não dizem nada que contenha
lógica, pródiga visão que me ofereceram enquanto
criança, embalado na magia eloquente da dança,
cortei relações com quem me queria ver
envolto em ralações, caído em alçapões
sem forças para emergir, surgir outra vez
revigorado em frente a vocês, sem porquês
só vidrado no objectivo primordial,
tratar de calar todas as bocas duma só vez!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Mente na sociedade!

Pondero sobre a preponderância
relevância da mente na sociedade
em que finco pé. Pé ante pé, até ao
sopé da encosta onde vejo a sé
inspiro profundamente,
ajo condignamente de acordo
com a situação, ebulição extemporânea
da camada cutânea que reveste
o meu ser, a ferver caminho
alinho os astros em meu torno,
processo sem retorno, rimas saídas
do forno, exijo máxima temperatura
não admito nada morno. A mente
é crucial no ancestral ciclo do pensamento
alongado ou no momento, cozinho
refeições espíritas, para hipotálamos
em situações criticas, alimentícias
como carícias de uma mão terna,
eterna ligação ultra-orgânica ,
canal de ligação por onde se
transmitem sorrisos, lágrimas
e abraços, baço horizonte
é engolido num fluxo de luz e pujança
onde dança o segredo da humanidade
unidade entre corpo e alma,
salva de mérito para alcançar este estádio
estonteante estremecer da realidade
brutalidade fantasista, como um
monge copista redijo o novo
mundo real que alberga
esta velha sociedade!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Orgânica(Mente) Mecânico!

Hipnose progressiva
agressiva e assassina como a tua sina
que vaticina que serás alvo
a abater por seres medicinal como uma
vacina, sobeja inveja que peja pela
arrogância sem substância, irrelevante
ganância que usurpa a visão periférica
que te é dada à nascença, licença para
vencer, sem temer a terra tremer, incandescer
como um ponto de luz no fundo do túnel
inútil, fútil intento tentar fazer-me desistir
insistir nesse tópico é utópico como
sobreviver a um apocalíptico pensamento
ciclópico ,  fantasmagórico alucinar
onde vangloriam-se almas dispersas
submersas, surgem a uma rapidez
imperceptível à retina humana,
ao alcance da mais pura visão,
fina como cristal, abismal e abissal
diferença entre a apática vida na terra
e a loucura incessante, estonteante
modo de viver e conviver, coexistir
com este dom que me incrustaram no
momento em que fui dado à luz,
reluz dentro de mim, leve como
cetim, até ao fim, inspiro confiança
quando o futuro me afiança que
esta aliança com a criação me
amansa o espírito,o tira de um
sintomático estado crítico, psicadélico
bélico carácter granítico, típico
fatídico destino, libertino, sem tino
ou tentativa de ânimo, processo
orgânico. É te sabido de antemão ,
isto para mim é puxado com
profundidade excessiva do fundo
do coração!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Êmbolo!

Deslizo na mente como um êmbolo
atónico neste holocausto de hipocrisia
azia sinto quando vejo tanta vaidade
permanente que tenta com ferocidade
arrombar a porta do meu sagrado templo
impenetrável, como uma barreira em chamas
inquebrável como aço fundido no fogo duma
fornalha, não falha, na ponta limalha escorre
tinta ácida onde escrevo um conto sádico
entre a substância proibida e a mais bela
mortalha,

 é surreal, transcendente de certa
forma incandescente inflama a minha circulação
sanguínea, alínea a alínea, vou limando o que
de mau me cerca, aperta contra o muro
da destruição, intuição faz-me acreditar
na pulsação cardíaca que me compassa
o cada passo que dou neste espaço
devasso onde a inveja, arrogância
são um erro crasso, desfaço esta camisa
de forças em que me querem inserir,
a escrever sem ferir afasto-me deste
plano diabólico, bucólico estilo de
descrição deste ensaio insano para
me roubar o único vector que me torna
humano: O coração!

domingo, 16 de outubro de 2011

Pensamentos Dispersos.

Esdrúxula quantidade de escrita
exorbitante esforço até falta de sanidade
excitante sentimento de produção de qualidade
perfuração de canais mentais submersos
perversos devaneios que focam aspectos físicos
míticos minutos de conexão arte-intelecto
de peito feito com uma caneta no lugar
do coração que bomba analogias verbais
principescas e vigilantes

perante o afundar
da selva de betão em que infelizmente fui
dado à luz com amor mas sem sequer imaginar
na maldade que um dia engoliria este piso
onde profetizo e idealizo sem ciso ou sorriso
ironizo quando aviso quem me segue que o
mundo do talento é doentio e interesseiro
suga-te até ao tutano, ano a ano, sobe o pano
profano e o mundo belo vai pelo cano ,
tudo é imediato, sem tacto, com faca de mato
desbrava-se humildade e sinceridade,
quer-se tudo em antecipação, sem coração
acção sem adoração, obra-prima sem evolução
empréstimo de talento sem devolução,
vigaristas riem-se entupidos em bajulação
mentes porcas e vazias sem literal inoculação
entre o papel e mão não há relação
cada frase sua é uma chocante revelação
parecendo um jornal sensacionalista para
entreter a população!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Mau Feitio.

Entre vogais e consoantes
consoante o assunto
diversas variantes
concebo um fruto
não sou como putos errantes
que se matam a fumar um charuto
ouço um violino ao fundo da esquina
uma bonita menina toca profundo
alguém dentro de mim poesia recita
incita à criação instantânea
vulcânica erupção gramatical
recital de arte aparte do comum
um a um tombaram os meus amigos
cada vez mais neste mundo me sinto à parte
numa realidade distinta
cinzenta sem textura ou tinta
faminta fome de ver mais além
há sempre alguém que nos eleva
releva o que temos de melhor
amor é palavra amaldiçoada
soada a trompa da guerra
cerra os dentes e luta pelo que acredita
solidifica o que concebe
escorro sangue esvaído
sustenido fado entoa na galeria
permaneço escondido no meu canto
não canto lançado por sereia
alcateia de versos endiabrados
redigidos num papel
agridoce repertório
notório desafio é ficar vivo
antes tivesse tanto talento
como tenho de mau feitio....

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Numa terra escondida...

Numa terra escondida
comedida na fama
com grama e árvores de
grande porte, mora uma gente
sem sorte, que vive sem suporte,
sozinha à Norte, imbuída numa
hipnose em excessiva dose, mulheres
criticam tão rectilíneo como corta e
cose, a pose é sempre a mesma,
lentas e viscosas como lesmas, só
vivem em festas, nefastas, só ligam
às castas, deixaram de ser honestas,
quando tu no labor o teu tempo gastas,
protestas, elas mentem com todos
os dentes enquanto tu a maçã da verdade
aspirante descascas. Gasto está o tempo
para aspirares a um lugar no pódio,
o ódio é químico como cloreto de sódio,
és vítima em cada episódio, vives numa
lástima, entre futebol e Fátima, a teoria
é básica, trágica, a felicidade esporádica,
a ambição é ser mediática, certo como
matemática, numa espiral de violência
absurda que envolve as ruas como
uma aliciante temática!

Estou farto deste bebé social
que se envaideceu no parto,
putos estragam-se no quarto,
matam-se com substâncias ilícitas
eu prefiro perder-me em líricas
desmascarando caras cínicas
com palavras luxuosas e metáforas
demoníacas, visceral, discípulo
do mal, com foral para envolver
este burgo num lamaçal de maldade
mediocridade, eu tenho matar este
bicho, vindo do lixo, proscrito,
eu grito e gesticulo, anulo a sua acção
bem sei que quando age o faz sem
coração, adoração ao seu culto
encaminha para o sepulcro,
só quem for inculto, pode levar
esta luta de força absoluta como um
insulto, porque quem o fizer
pode ter a certeza que vou erguer
e fazer encher e arder estas
ruas com um desmesurável
tumulto!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Afogo-me!

Afogo-me!

 Ajuda-me!
Ninguém me ouve! Porra!

Está tudo a fazer preces para
que caia e morra, no fundo do
mar azul, preso ao anzol da morte
sem sorte, não tenho porte nem suporte
onde me agarre,  enquanto a vassoura
da vida me varre do seu salão..

São 2 da manha, é hoje ou amanha?
Nesta vida que finda fui vilão e galã,
vã existência, proeminência de medo
segredo ao ouvido da consciência que
a minha ciência giza-se diariamente
no escrutínio da minha vivência..

A consciência ouve e pondera
apodera-se do meu ser, tento ser
alguém mais sensato, ponho as tristezas
num saco, capto toda a felicidade que me
rodeia e incendeia,

jogo o saco fora,
sei que a sociedade o devora, agora
sou uma pessoa mais de bem com a vida,
persuasiva numa escrita intuitiva, progressiva
mais ou menos agressiva, missiva pura
como diamante que perfura mentes
mais perdidas, direcção exacta para uma
vida mais positiva!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Desespero!

A tarde finda...
o sol devagar minga
tomba perante a enormidade
da escuridão, sofreguidão
irrompe pelo circuito interno
do ser humano eterno escravo
das oscilações dos astros..
o céu desaba passo a passo
faço a ultima reza para acalmar
esta hecatombe que não cessa
no cimo do monte a erupção de
malícia prossegue da bola de cristal
da velha bruxa....
receio o fim da minha espécie
intempérie visceral ceifa
vidas em série e eu sinto-me cada
vez mais só na garganta sinto um nó
e nos olhos pressinto o terror
de ver este demónio voraz
diluir almas no seu leito sem remorso
ou dó...
de tanta dor já tenho alucinações
vejo a minha avó vaguear
feliz e desenfreada
fantasiada realidade que eclodiu
duma placenta de ilusão
....
apocalíptico espelho de uma realidade
surreal, irreal, o desespero é uma certeza
que tem a miséria como filial...
ando aos tombos, ensanguentado
abandonado pelo karma astral,
filosofal pensamento levou-me ao bloqueio
anseio de um novo que se desmoronou
numa questão de segundos...
nesta guerra insensata no submundo
guerra dos mundos...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Dois versos : Uma alma!

Já são milhares de letras
sem tretas só ideias concretas
não me chames profeta só porque uma
rima te afecta, sou um novato na escrita
uma década de aperfeiçoamento da métrica
frenética e por vezes fonética longe dessa
pobreza patética que passa na televisão
para gente sem visão com a alma fria como
uma cidade soviética...

A escrita é como um copo de vinho
devagarinho tem que ser saboreada
assediada com classe embelezada
com carinho como um beijo na
face, relance de ideias dispersas
mas que se aglutinam quando as
versas, as mais sinceras são
as mais raras como autênticos
gatos persas...


Sem trabalho nada se faz!

Trabalha porque sem trabalho
não gizas o teu horizonte
há um monte de descobertas
no fundo da questão não te
foques no cabeçalho
tu pesquisa mais não ligues
só ao que eu profetizo
ironizo sobre cunhas e falsos
méritos em impérios
será que agora esta falsidade
nos obriga a ser menos sérios?
Prefiro manter-me limpo o
importante é tentar evitar o
nervoso miúdo e mudo mas se
vir que não extraio a pureza que quero
daquilo que escrevo podes crer
que eu mudo. Porque não admito
não ser sincero com quem
me acompanha cada façanha
que protagonizo sem manha,
portanto se queres ser grande
expande o teu fruto torna-o adulto
que eu o catapulto para a luz do
reconhecimento mas não da fama
não vou embevecer toda a gente com
este produto para depois lhe fazer a cama
desengana-te quando te dizem que a
arrogância é algo que encera os grandes
falácia! Tudo isso é um errante mito
desagradável como um quisto
Abre os olhos rapaz! É demasiado
fácil passares de eleito a proscrito!
fico pro se investigo com motivação
e valor, analiso sem desprimor cada
traço da informação, deambulação entre
sons e palavras,  escuras e macabras
mas todas marcadas com um carimbo
distinto de devoção!Com tanta rima
quero-te dizer que tens que andar em
cima da situação com coração e mente
sempre à frente um passo sem andar
para trás, versátil seja no seio da guerra
ou no meio da paz, cultiva o teu trabalho e
colhe o prazer e orgulho, vê o brilho
nos olhos, emoções numa trilha
ama a arte e a sua convivência
como se ama uma filha!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Infância...Saudades.

Vêem-me lágrimas aos olhos
quando te vejo tremer de medo
com medo de beijar, de sentir
permitir que alguém te envolva
num abraço ou alimentar uma relação
até que ela totalmente se desenvolva

como uma borboleta no casulo
fechada e afastada da hipocrisia
ando fulo com a escuridão que assolou
a terra bela que aprendi a admirar
a inocência que me pintava o olhar
brilhava e mostrava sinceridade
agora é tristeza e choro
mentira, falsidade, frases feitas
e coro...

a infância é o tempo de ouro
bolas de couro onde putos jogam sonhos
choram agora em adultos por
se sentirem abandonados pela vida
pervertida e viciada em maldade
propiciada desilusão pelo melhor amigo
antigo companheiro que agora não
passa de um sujo desordeiro...

dantes brincava na rua
rua agora é um corredor da morte
sem sorte ou porte para esta luta
olha e escuta antes de atravessares
se passar algum patrão pede desculpa
culpa tens tu sem nada fazer
interessa é o teu dinheiro e posses
o meio é agredir-te ou fazer-te
morrer...

Relaxa

Muda o teu mundo
sê profundo na abordagem
arranja a coragem necessária
para inspirar tão fundo
se não tens cor na tua vida
pega na tinta que te falta
pensa numa frase divertida
e pinta-a na parede da tua sala
solta a raiva que guardas
berra aos sete ventos
rasga as tuas duras amarras
e pensa livre nos melhores momentos
depois ouve um som bem calmo
abstraí-te do bálsamo da apatia
centra-te na magia do palco
e na vibração que te influencia
vejo que estás totalmente liberta
desta espiral de ilusões falsificadas
a tua alma está deserta
de situações complicadas!

domingo, 2 de outubro de 2011

Fazes-me Falta.

Já faz tempo que te espero
como um relógio sem corda que aguarda ajuda
como alimento para alma e não pro ego
quero-te ao meu lado nestes tempos de luta
desfruta deste cachimbo da paz tão raro hoje em dia
a paz esconde-se por detrás de um pano escuro
procuro incessante pela tua luz inebriante
a saudade que sinto torna-me alguém mais obscuro
apraz-me dizer que sinto falta desse teu ser eloquente
dono de uma chama inédita neste burgo sem luzes
agonia em excesso que entope as saídas
fazes-me falta! Estou farto destas pessoas mal instruídas
que se enfeitiçam com cores e tecidos
prefiro melodias e poesias criadas por génios mal entendidos
mas tu, tu és diferente! Primas pela humildade e coerência
dás valor à existência e valorizas-la com ensino
mental e físico que te faz compreender a essência
da vida tal e qual como a projectamos no tecto
quando abraçados na cama como uma nave sem rumo certo
prospero na escrita mas desnivelo em sentimento
inefável sensação que nem cabe cá dentro
transborda como um leito inundado pelo degelo
de sensações que guardo no cerebelo
Fazes-me falta! Assim dou o término deste auto
imagino onde estás, um dia dou lá um salto
como um artista perdido nesta ruas sem palco
sozinho sem malta, em busca do elo de que sinto
saudade, aquele que me falta!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Uma noite de amor!

Olá, tenho saudades tuas bebé ...
esta dor é forte, tu sabes que é...
são muitos dias sem te ver..
sem te tocar, sem te aquecer
os meus olhos largam lágrimas
descrevo o que sinto nestas páginas
soluço quando tento chamar-te..
no vácuo do tempo 
lamento nunca ter conseguido achar-te
nas asas do vento queres libertar-te 
em direcção ao momento
em que te abraço com força
e paixão, a tal paixão que me sufoca
evasão de amor pelos meus poros
evaporo e só resta aura e espírito
mítico sentimento que nos torneia..
incendeia de forma silenciosa...
cala-mos a boca mas abri-mos a alma
com calma saboreando o instante
tão próximo quando já teve tão distante
libido corre sem destino pelos vasos...
um simples quarto virou o paraíso
ironizo sobre tamanho feito
aproveito para te dizer que te amo
ao ouvido de forma sorrateira
depois de minutos de tensão 
dou-te a minha atenção
tenho propensão para o carinho
alinho os astros em conexão
ebulição cutânea sem travão
aparição do amor em carne e osso
arregala-mos os olhos nesta situação
séria e construímos um fosso entre a paz
e a miséria!

Noite de Loucura

Bebo vida por uma taça de vinho
ejaculo métrica natural como um azevinho
aleatório futuro jogado como dados na mesa
acesa vela mostra a tristeza da Princesa
pinto a sua face na tela bela e vazia
razia ela faz quando o seu sorriso alumia
a rua onde voa à toa sem direcção definida
na avenida estala o verniz com uma pessoa agredida
com escrita violenta que desmascara verdades
arrasa banalidades e transfigura ladrões e abades
neste circo social só importa o cheque não as amizades
continuo a beber na minha taça de prata
sensata sensação de ter vida de vira-lata
acendo uma cigarrilha e esfumaço até sentir o cartão
penso como Platão qual será o momento da prontidão
a luz já é fraca e é parca a sanidade a noite vai longa
alongo a imaginação para terminar este capítulo
sem mote ou título mas sempre com a fantasia como veículo
lentamente e sem pressas dou corpo a este versículo
sem chama, sem ardor, sem atracção, sem estímulo...

Acaba-se o vinho, taça seca
peca a cabeça por dor e tumulto
inculto gesto de destruição orgânica
urge em mim necessidade água
como de produtos de botânica....

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O Fruto.

O fruto reside no espírito
é sabido, mas nem toda a gente
o sabe colher, é uma arte
dela parte a iniciativa de mudar
a sociedade mergulhada na mediocridade
precariedade sentimental de quem usa
pessoas como escadas para subir
até ao topo da colina
ensina estes obtusos que cada alma
fomenta o amor e necessidade
de afecto, aperta-me o coração
quando penso na mentira dita
hipocrisia na mais fiel poesia
que no teu vil intelecto provoca
uma sangria...

Sangras ao saber que te firo de verdade
puberdade mental que não te deixa evoluir
decidir por ti próprio, bloqueia-te a cabeça
ficas inerte sentado a espera que aconteça,
ferve dentro de mim o vulcão da revolução
pessoal e social o principio básico é crucial
valoroso como um sorriso ou um beijo dos
mais sinceros lábios, alimenta-te destes meus
concelhos nutritivos e sábios, combustão
espírita eleva-se quando a liberdade é
apreendida pelos agentes da desgraça
que nos cerram horizontes, desilusões
aos montes aguentei sempre de
cabeça erguida, abre os olhos e
visiona a luz da esperança que te alumia
vigia neste sádica vida doentia!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Hipnose

....Hipnotizado pela luz sedutora
que esconde no seu brilho a face ameaçadora
o beijo da viúva negra adormece o sem-abrigo
o silêncio da rua abriga a malícia do inimigo
não consigo dissociar-me desta imagem de poeta
sozinho e abandonado num átrio como alvo para uma seta
que vem endiabrada com a intenção de me ferir
fazer esvair sangue aos litros e eu sinto-me a submergir
no mar da raiva e da lamuria que alberga este mundo
inundo este poema de fantasia e magia do submundo
num rasgo de loucura misturo bruxaria e gramática
transcendo a lógica física de forma enigmática
suspendo partículas de saber no meu limbo
carimbo personificado ponho uma caveira no símbolo
ícone de quem opta pela escuridão
afasta a podridão densa desta nação
gelado pelo frio que emana da alma da sociedade
hipócrita que mente com mestria e elasticidade
plasticidade negra que me tira as forças para prosseguir
irei conseguir dissolver poesia com pureza
a incerteza invada-me mas olho para o papel na mesa
arde de entusiasmo e desejo
despe-se a viúva após o primeiro beijo...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ode à revolução!

Num laivo maluco, o meu ser vai aos arames
com tanta hipocrisia deste eunuco, que profere frases infames
criticando sem jus tudo o que encontra na frente
a mente é diminuta porque é nula e indecente
pode ser um João ou um Carlos perdido
aturdido de tanto alarido deste mentiroso embevecido
falo daquele que cospe asneira em catadupa
sem culpa em suma, culpado é quem o educa
de forma primitiva, intuitiva, podre e pervertida
ando esgotado, saturado, de ser abordado por estes ignorantes
tragam-me a coerência de volta!
Sem escolta, a coerência foi extraditada para o além
alguém sem senso, bom ou mau, mas sem senso para ver
a falta que ela fazia nesta sociedade onde a alegria fez razia
sangria doentia que esvaziou os vasos anímicos deste burgo
urge para esta fúria poética encontrar dramaturgo
fonético encontro entre a palavra e a voz da revolução
ebulição visceral que atinge o máximo quando ecoa
soa no ar aquele dizer furioso é avido
rápido e sagaz que embala num ritmo alucinante
fascinante a cor garrida da mudança , radical
crucial para o fervor genuíno de um povo esfomeado
ai, tanta palermice vejo quando tenho passeado
nesta rua insana onde vejo azulejo, tijolo e porcelana
um sem-abrigo agoniado, assombrado por um
diabo endiabrado, sobrado duma criação demoníaca
acção triste e de dedo em riste, que nos faz travar
o processo, só peço que me deixem criar, fechado em casa
ao calor da brasa, e no frio da janela, nesta paisagem bela
onde escreverei até ao fim, sem ti sem mim, só com
sentimento com sabor de jasmim !

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Elevação

No paraíso o colibri voa calmo
sem pressão ou destino pré-definido..
num sussurro diz o que pensa da vida...
desmedida sem tino ou traço ...
baço horizonte que vislumbra no futuro
puro e duro passado ensombra-lhe a raciocínio
propício momento para gizar o seu desígnio ...
esta pequena ave figura nesta minha rima
que prima pelo saber e genuinidade
colibri escapula-se e esvoaça sem fim
até mim como uma seta do cupido...
levado de amores pela poesia e natureza
avesso à dureza que me asfixia nesta selva...
fascina-me a pureza que inunda o coração...
adoração copiosa por este leve ser...
depois de tanta observação...
fecho-me no meu cubículo escuro e gelado..
procuro dentro de mim o início do circulo ...
ciclo vicioso de índole poética..
linha de pensamento de origem profética ...



quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Uma noite

Numa sala à media luz, vejo-te fumar
de olhar vago nos sonhos a indagar
o teu olho azul reluz, adoro vê-lo brilhar
o teu cabelo loiro enfeitiça, magia pura
dura poucos segundos o contacto visual
ideal pretexto para abordagem vocal
brutal impacto quando falas doce e terna
ainda mal te vi, e quero que a ligação seja eterna
nesta caserna apareces com um trovão
coço os olhos para separar a realidade da ilusão
absorção total pela tua essência carnal, pecado mortal
sedução em excesso só peço a tua atenção...

(30 minutos depois)

Já me sentei na tua mesa,
sinto-me como a engatar uma princesa
já gastaste o maço, vício puro
perduro fixado no teu fogoso olhar
queres-me tocar mas hesitas, receio
creio que a noite hoje não fica por aqui
a tua fala denota facilmente elevado Q.i
inebriado pela tua chama, ardo de fascínio
alucinio quase real quando me aproximo de ti...


(2 horas depois)

A minha mão escorrega pelo teu corpo
o suor evade-se através dos poros, tesão
conexão infinita apenas com adrenalina pura
a minha sina é perder-me na tua doçura, eterno
interno efervescer de combustão sexual
estamos à horas nisto, não queremos parar
parece que fomos feitos para amar
já é de dia, estamos esgotados
sem comer ou beber, só sexo
paixão tamanha que nem tem nexo
vestimos-nos, trocamos a ultimas carícias
vazamos de casa, cada um para seu lado
sem foto, contacto ou notícia...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Amiga

Dedico-te este texto, porque sei
que é merecido, sem pretexto
só para justificar o amor com que
me tens aquecido, neste frio piso
cheio de falsos e impostores,
sei que por vezes ando
fugido, mas com palavras
tento atenuar esse rol de dores...

Entendo que tens sofrido,
chorado sem voz para não
seres ouvida, pela inércia
sou perseguido, quando tento
trazer pérolas para melhorar
a tua vida, tremo de culpa
quando por ti passo, sinto-me
em divida contigo, por nunca
te ter dado mais um abraço...

Nem sempre fui correcto,
audaz e responsável, mas tive
sempre pronto para te trazer a paz,
a minha lealdade para contigo, amiga,
é inquestionável, esta palavra para a tua
alma recito, ninguém nos derruba,
a nossa amizade é de granito!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A tua vida.

Cuspo vocábulos ácidos
contra hipotálamos flácidos
trágicos episódios em que
a tua rua é a pura montra
clássicos e novos lutam
entre si pelo protagonismo
prefiro viver no escuro
sorrateiro em busca
do mais duro ilusionismo...

num estalar de dedos
o fantástico esgota-se
e dá lugar a fantasmagoria
agonia da alma que aumenta
a cada dia....

retrospectiva trás lembranças
a vida em criança, em adolescente
afianças que sentes saudade
da tua vida ardente em que
entravas em danças em festas
agora protestas porque não já
não as alcanças !

Vives o submundo, bem no fundo
profundo este esgoto imundo
circundo esse flagelo, tu tentas
não vivê-lo mas quando não há
alternativo há que saber
compreendê-lo!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Abençoado.

Sinto-me abençoado pelo dom
que me foi incrustado à nascença...
ofensa é tentarem restringir a minha escrita
belo redigir duma paisagem idílica...
tantas mentes em prisões espíritas....
libertação extemporânea do hipotálamo
é violenta para quem tenta controlá-lo
o talento é o maior inimigo a corrupção
erupção mental que carboniza ignorantes
atestado de ignorância para quem vive da imagem..
prefiro viver da essência bélica duma paisagem...
absorver a substância que me move no dia-a-dia
numa janela, numa flor, montanha, ou uma luz
que me irradia num alumio fugaz dum trilho
que me levará ao destino que anseio
desde pequeno para ver o mais genuíno
brilho do ser humano que se encerrou há muitos
anos numa gaiola pérfida onde vi o lado
mais negro da sociedade que é frequentemente
ignorado numa população onde a hipocrisia
chegou primeiro!

Fecha os olhos

Fecha os olhos....

Inspira ... e sente a brisa..
o toque na alma com a magia
da poetiza...

A alquimia eleva-te num segundo
extrai de ti o melhor que contens
e faz-te descolar do submundo...

Sistema límbico estremece...
caudal límpido de feitiçaria..
eufonia que a besta adormece...

Ergue o olhar com calma...
sorrisos vindos de esqueletos
cianeto é a prenda que te dou na palma...

Bola de cristal dita o caminho...
visceral cariz efervesce em segundos...
lês poesia como água para um moinho..

Desejas voltar a cerrar os olhos
molhos de alusões bailam neste salão..
às escuras num sitio onde só vês sombras...


Está na hora de fechar a casa..
este circuito de desgraças...
linha de montagem de desilusões..
casa-mãe de bestas e dragões...


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Droga, vício endiabrado!

Na ruela se esconde o suspeito
com seringas e isqueiro
sorrateiro se eleva à condição 
de drogado sem reabilitação
lívido e magro quase sem tez
a droga não chega ao fim do mês
mal ladeado, foi desencaminhado
é triste quando o senso é desvirtuado 
por um vício ridículo e odiado
mas intensamente sentido no cubículo
o olhar é vago e centra-se no infinito
nele indago e tento decifrar o mito
compito com a dor a ver quem vence
mas estou certo que é a necessidade 
que convence e leva este miúdo a
perder-se neste mundo imundo
submundo onde não reluz a luz
e só doença se produz em excesso
confesso que tenho medo de 
nele cair sem amparo ou teia
que suporte a minha queda
ou algo para embutir no peito
no sitio de tamanha perda!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Assaltos

Estou esgotado desta sociedade ensombrada
quebrada e distorcida por uma face malvada
assaltos cegam estes jovens pasmados e ignorantes
vendados pela ilusão vagueiam em busca de estupefacientes
deficientes que são convencidos que são superiores
as vozes de burro são os motores para gente sem pudores
de que vale trabalhar honestamente 8 horas por dia?
se esta sociedade fútil o vil crime incentiva?
é inútil apelar à paz neste circo de leões
sedentos e terríveis como o barulho de trovões
lições de vida encerram-se na ganância do homem
que caminha a passos largos para a desordem

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Amor

Adoro pensar em ter-te
em pode abraçar-te ...
sem fim num segundo eterno...
é tão doce esse jeito terno...
essa brisa que nos embala...
que adocica a tua fala..
torneias as palavras como barro..
os teus cabelos loiros afago...
brilham os teus olhos azulados...
os meus ficam logo enfeitiçados...
pego a tua mão com carinho...
é este o nosso caminho...
acaricio com suavidade ...
estou a tremer de felicidade...
a chuva cai mas estamos vidrados...
almas conectadas em corações endiabrados..

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Mansão.

Perverso catálogo de tristeza
que nos fere com doentia certeza
espiritismo assombra a residência
estado avançado de pura demência
choro lágrimas de sangue...
este fantasma negro não há nada que o espante...
o tilintar leve do chocalho da serpente
clímax de susto onde tudo parece efervescente
soluçar trémulo do meu organismo...
o vocábulo aterrorizado por agora é um eufemismo
o olhar está vago e suspenso numa onda de receio..
piano toca sinfonia de assombro que nos embala...
fumo e aroma de tóxico o meu nariz inala
suores frios e arrepiantes o meu poro exala
suicídios são regulares neste salão amaldiçoado..
não passo de um banal e lívido alucinado..
transverso músculo cerebral evoluído...
litros de insanidade neste liquido de saber diluído
fluxo amniótico que alimenta o bebé do inferno...
circuito interrompido no sistema central interno...
rastilho curto esfuma-se em breves segundos...
a luz cintila e reluz viva nestes submundos...
construção da minha alma por feiticeiros...
neste salão escuro convivo com doentes e enfermeiros
mas o nauseabundo cheio a doença infesta ...
neste cubículo insano onde a morte é festa...
a vida é temporária e levada sem humanismo...
homicídios são consequência do diletantismo...
vou cerrar os portões da casa dos horrores..
recolho-me aos aposentos com o espírito
cheio de dores...

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Cultura

Respiro fundo para suster a tristeza
com a certeza de que farei a limpeza
mental que é crucial ao meu crescimento
intelectual...

Limpo os olhos do excremento
da sociedade suja de mentira e
tinta metida na face de quem mente
e nem sente que isso prejudica
quem a rodeia e sem saber
o fogo envolto dela ateia...

É só plasticidade em desuso
aparafuso mentes dispersas
desfeitas em peças sem conexão
coração ou paixão são insensíveis
temíveis por quem tem medo
sem razão...

Contrabandeio cultura
pura e dura sem armadura
nua de preconceito e vestida
a preceito para fazer furor
na rua onde a fome é crua
a droga vaguei-a de TGV
e a saúde anda de muletas
contra o trabalho de quem sua
para fazer o trabalho que
não se vê...

Viagem mental.

Nunca vida deixarei de escrever poesia
penetrar de mansinho no mundo da fantasia
que extasia e afoga fantoches num mar de azia
nas asas de um condor vejo a realidade social
prejudicial ao meu sistema límbico e neural
homens e mulheres gladiam-se por objectos
dejectos de gente que fazem parte do núcleo acéfalo
que irrompe diariamente pela mente da população
como um vírus mortal em constante ebulição
aversão tenho ao topo hipócrita desta pirâmide
onde o tronco está podre e canceroso de riqueza
obcessão doentia pelo dinheiro joga o ser humano
na mesa como bonecos manipulados com obscena leveza
suo a escrever como um feiticeiro possuído pelas vibrações
químicas e espirituais com que apimenta as suas poções
visões em catadupa alucinam-me o pensamento
encarceramento do hipotálamo numa caixa de pandora
agora com incenso esvoaço sem sair de casa ao sabor do vento
sinto suores frios em toda a dimensão do meu ser
efervescer em mim dum cenário que transporta bruxas e duendes
dementes e obstinados na sucção do mundo físico
intenção de implantação do mundo idílico
típico de anacrónicos que vagueiam em portais perdidos
terminou a nossa viagem pelo fantástico
a tua mente vagueou com a agilidade de um elástico
sarcástico destino que nos alberga
cega no caminho para o rumo mais drástico!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Metáforas

Sinais de fumo antecedem a tragédia
no castelo das sombras é brutal a miséria
tochas acesas sucumbem aos ventos da desgraça
o coração rebenta de medo quando não se conhece a ameaça
são bestas que se referem em lendas ou livros arcaicos
que aprisionam de forma vil estes nossos mentais laicos
sobrevoam os céus aterrorizando as nossas gentes
estas criaturas são temíveis, surdas e indigentes
envoltas em chamas, de olhar vago e homicida
balançam o peso que define o rumo terrível da tua vida

....

Esta metáfora serve para criticar aqueles
falsos que nos tentam derrubar com golpes
baixos e sem qualquer tipo de escrúpulo...

Há que ter consciência do caminho trilhado
mas nunca esquecer que é um campo minado
sem respeito, mal amado, dono de mil e um defeito
tanta gente opina parece formada em Direito
esgotado de tanta crítica infantil e sem fundamento
gente que não tem horários nem ritual, síndrome parlamento
ignorantes que falam da escrita como alto relativo
mas isto é magia, algo poderoso, natural e instrutivo...


Poesia é magia, escritor é feiticeiro, sociedade é a inspiração!

Dediquem horas a escrever e a ler
a vossa mente fluirá livremente
como um falcão que voa nas serras
onde tu corres, sobes, e berras
a poesia é elo entre o homem e o
espaço oculto da sua visão ...


Rui Castro

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Catraia

Num vão de escada
chora a catraia ...
triste e magoada
a sua vida é só raia
escura e pálida
olheiras e cicatrizes...
fraca e inválida
vida sem regras ou matrizes
abandonada pela sorte
num beco frio e perigoso
vizinha próxima da morte
que se ri dela por gozo...
sádica e mórbida....
sem rei nem roque..
a situação é sórdida ...
a bruxa espera que a trompa toque
para soltar o feitiço
diabólico e perfumado...
com aromas de um submisso
pela magia negra escravizado...
a respiração da catraia vacila..
ofegante e sofrida esta criatura..
nunca a deixaram tranquila...
a vida sempre lhe foi dura....
desfalece levemente num sopro...
suave e fatídico que suspira a bruxa...
com esta história eu também sofro
é demoníaco quando para baixo o diabo nos puxa!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Dedicados aos meus tropas!

A morte volta a atacar
mortal e mordaz
de soslaio voltar a apanhar
este jovem inocente
indecente é os meus amigos
serem levados para jazigos
dantes idosos faleciam na quinta
agora já se morre antes dos trinta
trinta por uma linha
conselho de amigo
leva a tua vida numa linha
sem rota ou destino
o Diabo é o inimigo
improvisa solto e louco
toda a loucura sabe a pouco
soco no estômago é duro
quando se perde um tropa
topa a tua felicidade a ir contra um muro
branco e de cal
a cabeça fria é premissa fulcral
resumindo vive a tua vida sem travões
com sonhos, desejos, ambições e sucessos
porque os recantos deste mundo são perversos!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Cidade mortal!

A dignidade é uma lenda
nesta sociedade emporcalhada
de mentira e hipocrisia
dizem que sou fresco
mas vivo sobre brasas
esvoaça com poesia
que irrompe pelas casas
eu voo com a mente
portanto podem-me cortar as asas
neste céu enojado da vossa falsidade
é banal o ser humano fingir em série
a cidade implode em raiva e medo
é este o destino, impossível fugir
a realidade é dúbia no cenário
macabro que enfrento
sem saída neste beco
frio e escuro sem alumio
estremeço de receio
vou me fechar em mim mesmo
e cerrar os dentes na luta
esquecer este frenesim
e restabelecer energias
para voltar a pegar na batuta!

domingo, 7 de agosto de 2011

Feitiço

Este mundo vive afogado na bruxaria
fantasia como sessões de quiromancia
o teu corpo vibra que até parece epilepsia
derrame sanguíneo tal e qual apoplexia 
pulsação arterial acima do ritmo benéfico
o conflito de ideias dentro do encéfalo é pérfido
a fusão entre o fantástico e a escrita é algo inédito
confronto épico entre um sádico e um benemérito
cuspo ácido acético em forma de vocábulos brilhantes
verbos e metáforas com as suas cores fascinantes
os sinais de ruptura do sistema são entusiasmantes
largo os leões na arena de frente para os governantes
assaltante do intelecto do grosso social nacional
prejudicial à mentira e à hipocrisia actual
caminho limpo e branco enquanto piso um lamaçal
respeito é de tal ordem que já soa a episcopal 
a poesia enfeitiça como a poção mágica
vinda do oriente numa era de maldade clássica
a poluição da mente é uma situação trágica
ocorrem suicídios em série enquanto treino a métrica
viúva negra enternece falsamente o marido desgraçado
fracassado por pensar que é sinceramente amado
aclamado por um povo que pela viúva foi endiabrado
numa noite de um nevoeiro sombrio e cerrado!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Terra Doente.

Cheira o pavor no ar
amor fugiu no primeiro vagão
entre carris foi a todo vapor
ficou o medo sozinho nesta área
degredo alastra-se na selva
urbana e desumana, sabes bem
além de tudo, o meu grito é surdo
profundo nesta gruta sem fundo
imundo ou imunda, é como quiseres
este verso é vil para homens e mulheres
neurónio cresce à medida da escrita
que recita e implica visão alargada
não retardada, aprofundada e melhorada
mas o ar poluído com ácidos é viciante
aliciante e leva-me para um beco
aperto sinto quando não vejo alma
nesta cidade perdida no terror químico
cínico que detona a bomba da mente
e faz estilhar o sistema central vital
crucial poder de manter a frieza
farei tudo para me por à parte da indecência
ciência sem sapiência só bom senso
desta doente Terra até Marte!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Volta!

O que fazer quando o amor é impossível?
Impossibilitado por um medo sombrio e temível
invisível barreira impenetrável por este frágil ser
ser ou não ser corajoso é a questão que me faz adoecer
arrojo é me solicitado mas por esta altura só à receio
por um carinho, beijo ou abraço teu eu ansiosamente anseio
indecifrável dogma quando a aura transparece o estatuto
magoa-me suspeitar que penses que sou só um puto
em busca de protagonismo ou prazer sem valores
mas só te quero afastar do sofrimento quando sentires dores
aquecer-te corpo e alma quando tremeres de frio
poder enaltecer com um sorriso essa tua beleza e brio
faltam as palavras mas desdobram-se os sentimentos
dou por mim a ver a tua cara reflectida no vidro em momentos
de melancolia e agonia da alma que sem calma
não aproveita o mundo que tem sossegado na palma
porque ele só faz sentido contigo a ser parte integrante
a falta que me fazes é por de mais visível e gritante
Volta e traz contigo aquele brilho dos velhos tempos vividos
torna-me triste saber que estamos por quilómetros espirituais divididos!

domingo, 31 de julho de 2011

Quarto escuro.

No quarto escuro crio a minha luz
horas e horas a seguir esta estrela que me conduz
a escrita, tão bela quanto esquisita, escondida no capuz
do anonimato, fechado no quarto, revestia os verbos mais nus
de significado, batidas em série a entrar no sistema auditivo
significativo numero de versos processados em raciocínio intensivo
corrosivo como ácido, nada flácido, lívido e pratico neste mundo agressivo
desdobro-me em tarefas para me validar o meu tempo, valorização
a prostituição da alma é a sentença da mesma em qualquer situação
citação de um grande autor não faz de alguém artista, plágio
canonização do escritor em causa perdido num mental naufrágio
neste meu burgo tento ser autêntico e genuíno na abordagem
coragem sem imagem faz renascer das cinzas a essência sem colagem
só palavras macabras, porta fechada da imaginação, espera que a abras
viagem à ilha da fantasia negra que te guia ao portal, efectua a passagem!

Passam horas, horas e horas de escrita e mental divagação...

Mental transposição para o universo à parte
irrequieto cérebro que se estende de Júpiter até Marte
calcorreio os jardins do Éden infiltrado com uma mensagem dos Diabos
boas inspirações vagueiam pela brisa como a TV por estreitos cabos
mas eu renego-as, hoje só quero pecados e prazeres depravados
mulheres, álcool, hip hop conjunto com escrita assombrada e medonha
ilusionista verbal que conjuga fantasia e trabalho, enquanto a tua mente sonha
o corpo já balança de sofreguidão, tal é a dispensa de energia feita neste momento
mental, física, espírita esgotamento, olhos brancos e mil e um tormentos
sabem lá o que eu agonizo quando me sinto elevado nestes momentos!


Química junção de paixão e sabedoria!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Baile Infernal

Olá, tudo bem?
vamos navegar mais além,
um abraço e um beijinho
fumo de cigarro e aroma de vinho
embarcação desliza na agua
marinheiro nas ondas afoga mágoas
cálice de Vinho do Porto de mão em mão
demência mental conduz em contra-mão

A sério? Sim, desce as escadas e verás
louco piso onde a sanidade jaz
Jazz, champanhe e fruta
velhos guerreiros cansados da luta
ultramar é brutal para quem o vive
lágrimas acariciaram a cara de quem sobrevive...

Fogo!! Tens razão, que confusão
cérebros em total e perfeita combustão
olhos envidraçam como fachadas
almas com drogas são apedrejadas
danças diabólicas descrevem rotas
seios são negociados com notas

bem, vou me deitar e tentar esquecer
este inferno ao qual desci, está a arder
consome seres humanos como lenha
interligados na miséria, é precisa senha
um beijinho e um abraço grande, a quem me conduz
nesta luz ténue,  os amigos fazem jus
à sua fama e função neste destino
obrigado por me apoiarem neste
sonho de menino!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Inimigos...

Terra árida sem expressão
imbróglio bicudo sem resolução
é assim a minha alma sem calma
nem na palma da minha mão tenho paz
do ódio e sofrimento sou um capataz
amarrado pelas correntes desta vida
que envenena as ruas com droga
cancro e sida, inimigos dos velhos tempos
contratempos que criam mazelas
à luz de velas sem companhia ou
ajuda corpos sucumbem à sua foice
maligna!



segunda-feira, 25 de julho de 2011

Estado de alma.

Suicida conceito de coexistência com a fama
esta falta de decência é que te faz a cama
a chama apaga-se numa vil brisa perfurante
jogas o teu destino nas mãos duma cartomante
amante da vida louca que te leva à loucura
sepultura espiritual que enfraquece a armadura...

A humildade é a receita
sucesso é uma linha imperfeita
só peço que a esta gente que me aceita
congresso de rimas que me deita
num leito de sabedoria e hipnose
sinopse da minha vida numa metáfora
prevenida alma que coloca uma hipótese
muita calma quando a mente é uma prótese..

Combustão no senso
pretenso processo em conclusão
alusão ao desejo que eu peço
a quem me protege e assegura
que nada muda ou submerge
reescrevo a história conhecida
e trago a palavra nunca fornecida
num beco ou numa avenida escura
amargura que me oferece um aperto
no coração que tenho em ebulição
pelo efeito efervescente duma
canção...


domingo, 24 de julho de 2011

Bebida

Uma garrafa de vinho meia cheia
embriagados berram asneiras para a plateia
oxigénio é reduzido na caixa torácica
a textura cerebral enfraquece e fica flácida
conteúdo deturpa-se e torna-se demoníaco
olhos ficam enraivecidos como os de um maníaco
propulsão cardíaca aumenta em cem vezes a sua potência
falta de clarividência provoca uma grave abstinência
na inteligência natural dos poucos puros que ainda vivem
destruição em massa dos poucos neurónios que subsistem
estado físico decresce de beleza e aumenta de degradação
propagação do vírus pela mesa que ingere álcool em oração
a traqueia é um passadiço por onde escorre um rio de tinto
sinto e pressinto que a bebedeira já não finto, estou faminto
de absinto e outros líquidos de efeito insano e doentio
vivo a paredes meias, na barreira entre a indiferença e a agressão
eixo de insanidade pura que me transporta para um universo de combustão
espiritual e astral, quando uma simples gota nos pode fazer tanto mal
atirar-nos violentamente para uma sala escura sem luz ou expressão
poluição da mente permanente e efervescente cisão
a tinto dificulta qualquer vontade de tomar a valer uma decisão!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Grato

Obrigado por estarem ao meu lado
ser feliz convosco é o meu bom fado
vivi experiências e situações memoráveis
sensações únicas alastram em dias intermináveis
amáveis, sinceros, simpáticos, nunca apáticos
nesta era de frieza e violência e acontecimentos trágicos
funerais, festas, Carnaval ou uma passagem de ano
diversão e união, receita pura para um melhor ser humano
o dinheiro nunca foi razão para haver separação
ou troça de quem fosse, olhos eram o espelho do coração
em Famalicão, Porto, Viseu, Braga e outras cidades deste país
bons ventos de suaves brisas onde rimas fluíam como carris
de caneta em punho, sozinho, entrava no meu pequeno mundo
juntar amigos e escrita é algo que se torna imensamente profundo
porque o nosso baú contém lembranças inesquecíveis
onde se contam episódios de conselhos amigos e gestos incríveis
cada linha que crio é diminuta para tal demonstração de gratidão
quando vos vir no chão contem sempre com a minha mão
um abraço a cada um de vocês que me elevaram até o sol
esteja chuva, neve, trovões, granizo, lutarei sempre em vossa prol
vou fechar a cortina da gramática, vermelha e deslumbrante
lírico-medicina, este livro não se sente bem esquecido na estante!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Poesia: Sangue, humor e sarcasmo.

Na cidade das sombras, só há fumo e gás
abutres, hienas como ladrões e pessoas más
marcas de alcatrão antigo colorem a avenida
toda a alma pela ceifa da malícia foi tolhida
laboratórios criaram venenos que mataram gente
de forma indigente, indecente, horrenda e corrente
torrente de sangue e corpos enterrados a quente
de forma abrupta e sem requerimento ou pergunta
era total o desrespeito pela lembrança da defunta
discotecas agora vendem ácidos a caveiras e esqueletos
que se alimentam de drogas, acido sulfúrico e cianeto
neste submundo encontram-se situações do arco da velha
o ser humano fez-se um vulto, sem chama, espírito ou centelha
o espiritismo engoliu o cepticismo e revolucionou o pensamento
a fantasia tomou o seu lugar no assento mor do parlamento...


feitiçaria é uma vizinha interesseira que te torna no teu pesadelo
adivinho a asneira que se avizinha cortando o destino com um cutelo
a instrução que recebo e não nego nem renego é de cortar o nervo
não há tristeza quando me desintegro, na varinha pego para matar o servo
acorrentado, desorientado, todo arrebentado, apertado de coração
mal tratado na prisão, virtual coesão moral, que deixa enganado o cidadão
masmorra onde esta besta quer que eu morra, fechado numa cela em Andorra
aço é o produto que a forra, anseio a desforra, farto de ser ignorado, por esta camorra
que para o abismo me empurra, armada em burra, não sabem que eu sei voar
enviar sabedoria através do radar, mental descarregamento de informação secular
estropiem o físico, façam de mim tísico, que eu riposto com o terror empírico
cínico, crítico, lírico, sanguinário como um morcego, antecedo o anoitecer vampírico
de dentes afiados, laminados, eliminados falsos e falsos iluminados, acordos quebrados
por escritores desconfiados, de agentes apalhaçados, a tua mente foi criada por
espermatozóides atordoados...

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Parte 2

Poesia Ardente parte 2, continua a saga
de Lisboa ao Cairo, de Luanda a Praga
capto todo o mundo à velocidade cruzeiro
sem ser ganancioso, nunca quis ser o primeiro
quero ser sempre melhor para te dar qualidade
na escrita que abrange toda a raça, cor ou idade
projecto na folha os sonhos que me completam
lá também curo todos negros males que me afectam
psicadélico instante faz-me acender a chama do raciocínio
sou amante do pensamento e todo o seu brutal fascínio
incandescente na semântica praticada neste meu cubículo
sejam bem vindos de volta, este é o segundo fascículo
tranco a ignorância num cofre para não se espalhar
na mísera e doentia amostra social que só serve para matar
do submundo vem a cena mais pura, escura que perfura
o vírus da malícia entranha-se em qualquer armadura
há que ter paz no coração e ar puro nos pulmões
ser pacifista em tempos de guerra, evitar confusões
respirar a felicidade mais verdadeira, sorri meu amigo
vive de forma ordeira e simples, faz como te digo
vê o teu reflexo no espelho e tem orgulho no que vês
não te sintas feliz apenas a cada fim do mês
o dízimo em dívida é efémero quando o coração fala
vital à essência do ser humano, a voz da rua não se cala!

domingo, 17 de julho de 2011

Covil

Num covil refundido nas cataratas do Niagara
um velho mágico encaixa rimas em série dentro duma arca
a Arca de Noé dos sonhos esquecidos
homens e mulheres pela poesia despidos
de preconceitos e dogmas que nos intoxicam
talento selvagem sem jornal ou rádio
ninguém o publicita
sobe a pulso
na força de um impulso
não escrevo avulso
pensarei até ao sepulcro
escuto em formato psicofónico
quando a alma se revolta o tumulto é hipersónico
veto toda a forma de distorção da verdade cristalina
atina sem platina
a escrita é uma menina que com fantasia
um mundo melhor
em paz sem balas ou minas

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Submundo

Submundo acorda e traz a malícia
em embarcações como uma tribo fenícia
hipotálamo arde em lume brando na fogueira
poesia a preço de saldo como ciganos na feira
cisão em várias porções do encéfalo humano
interjeição mortal como excessivo gás propano
elucidação de pacóvios que se acham fantásticos
derreto dogmas com metal em fluxos piroclásticos
assombrações esbarram-se na transparência espírita
que emano mesclada com pedaços de fluência empírica
humildade trave mestra que faz funcionar sistema límbico
sou secreto como um coral perdido no oceano índico
construção mental edificada desde a base dos neurónios
aula fechada e privada só a utentes sãos e idôneos
mamífero selvático largado num terreno baldio
potente raciocínio interligado a um gerador de energia e brio
do esgoto vem a poética mensagem da fantasia
terrível dialecto que até o mais mago druída extasia
evado-me da minha caixa torácica e bombeio saber para a rua
nesta cave das mil lágrimas a verdade é pura e nua!

Família Desgraça!

Num quarto escuro
um poeta trabalha duro
num papel branco vai desenhando o futuro
obscuro destino asfixiado pela agonia
o seu filho pequeno, coitado sofre de epilepsia
atolado em fármacos nem vê a luz pura do dia a dia
a atenção que deita às aulas é cada vez mais diminuta
o cérebro já não responde ao apelo da luta
a sua mulher faleceu quando a medula vacilou
a paz que reinava no lar depressa e sem pensar abalou
o dinheiro que entra não chega para fazer cobro às necessidades
já passou o tempo em que a sua vida era feita de vastas tonalidades
agora só o preto e branco colorem certas banalidades
stress acumulado transforma-se em raiva, desespero e loucura
o Pai era já um vulto daquele rapaz risonho que vivia na pura
sem cura para tal maleita escondia-se atrás dos versos
cada vez mais iguais e cada vez menos especiais e controversos
as drogas bateram a porta como o repto doce duma sereia
nele fazem miséria e prendem a sua alma numa vil teia
haxixe,cocaína, heroína que esconde a cobardia de quem a toma
impensável fim para quem ousou viver uma rotina fora das normas
agora neste quarto só resta cinza, canetas gastas e papeis esborratados
os cadáveres de pai e filho estão numa morgue sadicamente armazenados
sobra a alma titubeante e precária que chora lágrimas de ácido
resquícios dos químicos que tornaram o seu encéfalo flácido
uma vela ténue, uma corrente de ar, madeira que range, sombrio
é triste quando algo tão magnífico como uma família acaba ao frio
sem apoios, esquecida, derrotada, viciada, destruída e acabada
quando a escuridão nos cerca, a nossa hipótese fica muito limitada
um forte abraço a todos que vivem diariamente na luta por uma vida melhor
ao frio, à fome, sem sustento ou suporte, sonhando com comida e calor
quando nem a poesia pode fazer levitar o espírito
é porque o nosso destino é mórbido e cínico...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Poeta

Quiromancia lida nas mãos de um ferreiro
feiticeiro que é incompreendido e passa por interesseiro
destruo a pirâmide da mentira que ensombra a vivência
inocência perdida quando lidei com este mundo de demência
bruxaria faz brilhar os olhos de quem a cobiça
quatro curiosos sentados numa mesa de maldade maciça
luz negra faz transparecer vultos na parede branca
corres a bom correr quando diabo em ti desanca
trepo de verbo em verbo como um lince ibérico
voo até ao topo sentado sossegado no meu teleférico
visiono em baixo de mim a normal vida do ser humano
ambição de alguns a esgotar-se na escuridão de um cano
ou na goela de um alcoólico que se destrói na taberna
eu prefiro criar a minha arte refundido na fria caverna
à luz da vela que me alumia toda a noite e todo o dia
tão bela tela onde descrevo com palavras a dor e agonia
que me perfura como um bisturi com a ponta aguçada
vela içada neste bote que só navega de maré agitada
cerro os dentes e os punhos e labuto sem cessar
não suporto projectos que cessam antes de começar
sequencial trabalho unindo rimas e metáforas em prol
de um mote que é criar poesia bélica e sincera num vasto rol
mas agora vou fechar a adega que tanto vinho mental publicita
não é qualquer cana rachada que esta palavra recita
um beijinho e um abraço deste poeta escondido
continuo firme e capaz em busca do cristal perdido...

domingo, 10 de julho de 2011

Poesia Natural

Dizem que tenho talento
para dar e vender 
mas sinto-me vazio de momento
sem ninguém para aquecer
sucesso, dinheiro e fama não é tudo
são das coisas mais pequenas
prefiro escavar mais fundo
gritar pelo verdadeiro amor até ficar mudo
afónico, porque a voz também se gasta
numa corrida louca rumo à felicidade
a obsessão pelo próximo é nefasta
retira qualquer gota solta de sanidade
infesto a minha mente com dragões e duendes
endiabrados e enfeitiçados com esta poesia
não mudo por muito que tentes
sou viciado na dualidade da fantasia
tanto nos traz prazer
como nos joga borda fora
num segundo a chamar está a arder
mas no outro toda a gente te ignora
a caneta tem vida própria 
reencarna Camões neste objecto metálico
a paixão que nutro pela escrita é óbvia
prima pela evolução do músculo encefálico
faço de Houdini e caminho neste pântano 
flutuo levemente sem criar ondas
como antigamente levo rimas num cântaro
busco o português perfeito na gramática com uma sonda
ponto de encontro entre a seriedade e a criatividade
a combinação entre mente e coração
o equilíbrio interior é a receita da longevidade
intelecto estimulado é sintoma de total coordenação
dos neurónios que são banhados em sabedoria
pura e sem químicos ou fusões
a vida é uma ninharia
quando vivida aos tropeções

É bom ter talento

sucesso

mas o amor é a alavanca do mundo


....

A toxicidade desta humanidade
reduziu-nos à banalidade
construiu uma muralha entre as pessoas
ergueu o preconceito e a maldade
poluiu rios e lagoas
matou a fauna e a flora
traumatizou uma biosfera inteira
com atentados em série
isto terrorismo de primeira
isolou o planeta terra no olho da intempérie
culpa não morre solteira
tem sempre companheiro à altura
o homem corre para a feira
quando a verdade é pura e dura...


Respeitem a natureza

Respeitem o Planeta

Respeitem-se


Rui Castro