Apresentação

Ser humano é medo, é fragilidade, lágrimas e sangue...
sofrimento, agonia, angústia e lamento sem fim...
a mim, a ti, a nós, o medo atacará até perder a voz..
vocês não acreditam...
enquanto isso..
ele age silenciosamente ...

Somos alimentados por medo!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Uma noite de amor!

Olá, tenho saudades tuas bebé ...
esta dor é forte, tu sabes que é...
são muitos dias sem te ver..
sem te tocar, sem te aquecer
os meus olhos largam lágrimas
descrevo o que sinto nestas páginas
soluço quando tento chamar-te..
no vácuo do tempo 
lamento nunca ter conseguido achar-te
nas asas do vento queres libertar-te 
em direcção ao momento
em que te abraço com força
e paixão, a tal paixão que me sufoca
evasão de amor pelos meus poros
evaporo e só resta aura e espírito
mítico sentimento que nos torneia..
incendeia de forma silenciosa...
cala-mos a boca mas abri-mos a alma
com calma saboreando o instante
tão próximo quando já teve tão distante
libido corre sem destino pelos vasos...
um simples quarto virou o paraíso
ironizo sobre tamanho feito
aproveito para te dizer que te amo
ao ouvido de forma sorrateira
depois de minutos de tensão 
dou-te a minha atenção
tenho propensão para o carinho
alinho os astros em conexão
ebulição cutânea sem travão
aparição do amor em carne e osso
arregala-mos os olhos nesta situação
séria e construímos um fosso entre a paz
e a miséria!

Noite de Loucura

Bebo vida por uma taça de vinho
ejaculo métrica natural como um azevinho
aleatório futuro jogado como dados na mesa
acesa vela mostra a tristeza da Princesa
pinto a sua face na tela bela e vazia
razia ela faz quando o seu sorriso alumia
a rua onde voa à toa sem direcção definida
na avenida estala o verniz com uma pessoa agredida
com escrita violenta que desmascara verdades
arrasa banalidades e transfigura ladrões e abades
neste circo social só importa o cheque não as amizades
continuo a beber na minha taça de prata
sensata sensação de ter vida de vira-lata
acendo uma cigarrilha e esfumaço até sentir o cartão
penso como Platão qual será o momento da prontidão
a luz já é fraca e é parca a sanidade a noite vai longa
alongo a imaginação para terminar este capítulo
sem mote ou título mas sempre com a fantasia como veículo
lentamente e sem pressas dou corpo a este versículo
sem chama, sem ardor, sem atracção, sem estímulo...

Acaba-se o vinho, taça seca
peca a cabeça por dor e tumulto
inculto gesto de destruição orgânica
urge em mim necessidade água
como de produtos de botânica....

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O Fruto.

O fruto reside no espírito
é sabido, mas nem toda a gente
o sabe colher, é uma arte
dela parte a iniciativa de mudar
a sociedade mergulhada na mediocridade
precariedade sentimental de quem usa
pessoas como escadas para subir
até ao topo da colina
ensina estes obtusos que cada alma
fomenta o amor e necessidade
de afecto, aperta-me o coração
quando penso na mentira dita
hipocrisia na mais fiel poesia
que no teu vil intelecto provoca
uma sangria...

Sangras ao saber que te firo de verdade
puberdade mental que não te deixa evoluir
decidir por ti próprio, bloqueia-te a cabeça
ficas inerte sentado a espera que aconteça,
ferve dentro de mim o vulcão da revolução
pessoal e social o principio básico é crucial
valoroso como um sorriso ou um beijo dos
mais sinceros lábios, alimenta-te destes meus
concelhos nutritivos e sábios, combustão
espírita eleva-se quando a liberdade é
apreendida pelos agentes da desgraça
que nos cerram horizontes, desilusões
aos montes aguentei sempre de
cabeça erguida, abre os olhos e
visiona a luz da esperança que te alumia
vigia neste sádica vida doentia!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Hipnose

....Hipnotizado pela luz sedutora
que esconde no seu brilho a face ameaçadora
o beijo da viúva negra adormece o sem-abrigo
o silêncio da rua abriga a malícia do inimigo
não consigo dissociar-me desta imagem de poeta
sozinho e abandonado num átrio como alvo para uma seta
que vem endiabrada com a intenção de me ferir
fazer esvair sangue aos litros e eu sinto-me a submergir
no mar da raiva e da lamuria que alberga este mundo
inundo este poema de fantasia e magia do submundo
num rasgo de loucura misturo bruxaria e gramática
transcendo a lógica física de forma enigmática
suspendo partículas de saber no meu limbo
carimbo personificado ponho uma caveira no símbolo
ícone de quem opta pela escuridão
afasta a podridão densa desta nação
gelado pelo frio que emana da alma da sociedade
hipócrita que mente com mestria e elasticidade
plasticidade negra que me tira as forças para prosseguir
irei conseguir dissolver poesia com pureza
a incerteza invada-me mas olho para o papel na mesa
arde de entusiasmo e desejo
despe-se a viúva após o primeiro beijo...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ode à revolução!

Num laivo maluco, o meu ser vai aos arames
com tanta hipocrisia deste eunuco, que profere frases infames
criticando sem jus tudo o que encontra na frente
a mente é diminuta porque é nula e indecente
pode ser um João ou um Carlos perdido
aturdido de tanto alarido deste mentiroso embevecido
falo daquele que cospe asneira em catadupa
sem culpa em suma, culpado é quem o educa
de forma primitiva, intuitiva, podre e pervertida
ando esgotado, saturado, de ser abordado por estes ignorantes
tragam-me a coerência de volta!
Sem escolta, a coerência foi extraditada para o além
alguém sem senso, bom ou mau, mas sem senso para ver
a falta que ela fazia nesta sociedade onde a alegria fez razia
sangria doentia que esvaziou os vasos anímicos deste burgo
urge para esta fúria poética encontrar dramaturgo
fonético encontro entre a palavra e a voz da revolução
ebulição visceral que atinge o máximo quando ecoa
soa no ar aquele dizer furioso é avido
rápido e sagaz que embala num ritmo alucinante
fascinante a cor garrida da mudança , radical
crucial para o fervor genuíno de um povo esfomeado
ai, tanta palermice vejo quando tenho passeado
nesta rua insana onde vejo azulejo, tijolo e porcelana
um sem-abrigo agoniado, assombrado por um
diabo endiabrado, sobrado duma criação demoníaca
acção triste e de dedo em riste, que nos faz travar
o processo, só peço que me deixem criar, fechado em casa
ao calor da brasa, e no frio da janela, nesta paisagem bela
onde escreverei até ao fim, sem ti sem mim, só com
sentimento com sabor de jasmim !

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Elevação

No paraíso o colibri voa calmo
sem pressão ou destino pré-definido..
num sussurro diz o que pensa da vida...
desmedida sem tino ou traço ...
baço horizonte que vislumbra no futuro
puro e duro passado ensombra-lhe a raciocínio
propício momento para gizar o seu desígnio ...
esta pequena ave figura nesta minha rima
que prima pelo saber e genuinidade
colibri escapula-se e esvoaça sem fim
até mim como uma seta do cupido...
levado de amores pela poesia e natureza
avesso à dureza que me asfixia nesta selva...
fascina-me a pureza que inunda o coração...
adoração copiosa por este leve ser...
depois de tanta observação...
fecho-me no meu cubículo escuro e gelado..
procuro dentro de mim o início do circulo ...
ciclo vicioso de índole poética..
linha de pensamento de origem profética ...



quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Uma noite

Numa sala à media luz, vejo-te fumar
de olhar vago nos sonhos a indagar
o teu olho azul reluz, adoro vê-lo brilhar
o teu cabelo loiro enfeitiça, magia pura
dura poucos segundos o contacto visual
ideal pretexto para abordagem vocal
brutal impacto quando falas doce e terna
ainda mal te vi, e quero que a ligação seja eterna
nesta caserna apareces com um trovão
coço os olhos para separar a realidade da ilusão
absorção total pela tua essência carnal, pecado mortal
sedução em excesso só peço a tua atenção...

(30 minutos depois)

Já me sentei na tua mesa,
sinto-me como a engatar uma princesa
já gastaste o maço, vício puro
perduro fixado no teu fogoso olhar
queres-me tocar mas hesitas, receio
creio que a noite hoje não fica por aqui
a tua fala denota facilmente elevado Q.i
inebriado pela tua chama, ardo de fascínio
alucinio quase real quando me aproximo de ti...


(2 horas depois)

A minha mão escorrega pelo teu corpo
o suor evade-se através dos poros, tesão
conexão infinita apenas com adrenalina pura
a minha sina é perder-me na tua doçura, eterno
interno efervescer de combustão sexual
estamos à horas nisto, não queremos parar
parece que fomos feitos para amar
já é de dia, estamos esgotados
sem comer ou beber, só sexo
paixão tamanha que nem tem nexo
vestimos-nos, trocamos a ultimas carícias
vazamos de casa, cada um para seu lado
sem foto, contacto ou notícia...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Amiga

Dedico-te este texto, porque sei
que é merecido, sem pretexto
só para justificar o amor com que
me tens aquecido, neste frio piso
cheio de falsos e impostores,
sei que por vezes ando
fugido, mas com palavras
tento atenuar esse rol de dores...

Entendo que tens sofrido,
chorado sem voz para não
seres ouvida, pela inércia
sou perseguido, quando tento
trazer pérolas para melhorar
a tua vida, tremo de culpa
quando por ti passo, sinto-me
em divida contigo, por nunca
te ter dado mais um abraço...

Nem sempre fui correcto,
audaz e responsável, mas tive
sempre pronto para te trazer a paz,
a minha lealdade para contigo, amiga,
é inquestionável, esta palavra para a tua
alma recito, ninguém nos derruba,
a nossa amizade é de granito!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A tua vida.

Cuspo vocábulos ácidos
contra hipotálamos flácidos
trágicos episódios em que
a tua rua é a pura montra
clássicos e novos lutam
entre si pelo protagonismo
prefiro viver no escuro
sorrateiro em busca
do mais duro ilusionismo...

num estalar de dedos
o fantástico esgota-se
e dá lugar a fantasmagoria
agonia da alma que aumenta
a cada dia....

retrospectiva trás lembranças
a vida em criança, em adolescente
afianças que sentes saudade
da tua vida ardente em que
entravas em danças em festas
agora protestas porque não já
não as alcanças !

Vives o submundo, bem no fundo
profundo este esgoto imundo
circundo esse flagelo, tu tentas
não vivê-lo mas quando não há
alternativo há que saber
compreendê-lo!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Abençoado.

Sinto-me abençoado pelo dom
que me foi incrustado à nascença...
ofensa é tentarem restringir a minha escrita
belo redigir duma paisagem idílica...
tantas mentes em prisões espíritas....
libertação extemporânea do hipotálamo
é violenta para quem tenta controlá-lo
o talento é o maior inimigo a corrupção
erupção mental que carboniza ignorantes
atestado de ignorância para quem vive da imagem..
prefiro viver da essência bélica duma paisagem...
absorver a substância que me move no dia-a-dia
numa janela, numa flor, montanha, ou uma luz
que me irradia num alumio fugaz dum trilho
que me levará ao destino que anseio
desde pequeno para ver o mais genuíno
brilho do ser humano que se encerrou há muitos
anos numa gaiola pérfida onde vi o lado
mais negro da sociedade que é frequentemente
ignorado numa população onde a hipocrisia
chegou primeiro!

Fecha os olhos

Fecha os olhos....

Inspira ... e sente a brisa..
o toque na alma com a magia
da poetiza...

A alquimia eleva-te num segundo
extrai de ti o melhor que contens
e faz-te descolar do submundo...

Sistema límbico estremece...
caudal límpido de feitiçaria..
eufonia que a besta adormece...

Ergue o olhar com calma...
sorrisos vindos de esqueletos
cianeto é a prenda que te dou na palma...

Bola de cristal dita o caminho...
visceral cariz efervesce em segundos...
lês poesia como água para um moinho..

Desejas voltar a cerrar os olhos
molhos de alusões bailam neste salão..
às escuras num sitio onde só vês sombras...


Está na hora de fechar a casa..
este circuito de desgraças...
linha de montagem de desilusões..
casa-mãe de bestas e dragões...


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Droga, vício endiabrado!

Na ruela se esconde o suspeito
com seringas e isqueiro
sorrateiro se eleva à condição 
de drogado sem reabilitação
lívido e magro quase sem tez
a droga não chega ao fim do mês
mal ladeado, foi desencaminhado
é triste quando o senso é desvirtuado 
por um vício ridículo e odiado
mas intensamente sentido no cubículo
o olhar é vago e centra-se no infinito
nele indago e tento decifrar o mito
compito com a dor a ver quem vence
mas estou certo que é a necessidade 
que convence e leva este miúdo a
perder-se neste mundo imundo
submundo onde não reluz a luz
e só doença se produz em excesso
confesso que tenho medo de 
nele cair sem amparo ou teia
que suporte a minha queda
ou algo para embutir no peito
no sitio de tamanha perda!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Assaltos

Estou esgotado desta sociedade ensombrada
quebrada e distorcida por uma face malvada
assaltos cegam estes jovens pasmados e ignorantes
vendados pela ilusão vagueiam em busca de estupefacientes
deficientes que são convencidos que são superiores
as vozes de burro são os motores para gente sem pudores
de que vale trabalhar honestamente 8 horas por dia?
se esta sociedade fútil o vil crime incentiva?
é inútil apelar à paz neste circo de leões
sedentos e terríveis como o barulho de trovões
lições de vida encerram-se na ganância do homem
que caminha a passos largos para a desordem

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Amor

Adoro pensar em ter-te
em pode abraçar-te ...
sem fim num segundo eterno...
é tão doce esse jeito terno...
essa brisa que nos embala...
que adocica a tua fala..
torneias as palavras como barro..
os teus cabelos loiros afago...
brilham os teus olhos azulados...
os meus ficam logo enfeitiçados...
pego a tua mão com carinho...
é este o nosso caminho...
acaricio com suavidade ...
estou a tremer de felicidade...
a chuva cai mas estamos vidrados...
almas conectadas em corações endiabrados..

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Mansão.

Perverso catálogo de tristeza
que nos fere com doentia certeza
espiritismo assombra a residência
estado avançado de pura demência
choro lágrimas de sangue...
este fantasma negro não há nada que o espante...
o tilintar leve do chocalho da serpente
clímax de susto onde tudo parece efervescente
soluçar trémulo do meu organismo...
o vocábulo aterrorizado por agora é um eufemismo
o olhar está vago e suspenso numa onda de receio..
piano toca sinfonia de assombro que nos embala...
fumo e aroma de tóxico o meu nariz inala
suores frios e arrepiantes o meu poro exala
suicídios são regulares neste salão amaldiçoado..
não passo de um banal e lívido alucinado..
transverso músculo cerebral evoluído...
litros de insanidade neste liquido de saber diluído
fluxo amniótico que alimenta o bebé do inferno...
circuito interrompido no sistema central interno...
rastilho curto esfuma-se em breves segundos...
a luz cintila e reluz viva nestes submundos...
construção da minha alma por feiticeiros...
neste salão escuro convivo com doentes e enfermeiros
mas o nauseabundo cheio a doença infesta ...
neste cubículo insano onde a morte é festa...
a vida é temporária e levada sem humanismo...
homicídios são consequência do diletantismo...
vou cerrar os portões da casa dos horrores..
recolho-me aos aposentos com o espírito
cheio de dores...