Apresentação

Ser humano é medo, é fragilidade, lágrimas e sangue...
sofrimento, agonia, angústia e lamento sem fim...
a mim, a ti, a nós, o medo atacará até perder a voz..
vocês não acreditam...
enquanto isso..
ele age silenciosamente ...

Somos alimentados por medo!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Hipersónico.

O cronómetro conta e desconta o tempo,
grandioso evento num feixe de poesia,
anestesia mental dilui-se no flúido pensamento,
medicamento alucinogénico como cannabis,
polúis o teu hipocampo, dantes era amplo
agora é diminuto como o descernimento
de um sonâmbulo, abominável visão
atemoriza-me num espelho prostado
na parede, a minha sede de bruxaria
engole o meu bom senso, pertenço
à seita dos poetas mortos, como corvos
esvoaçamos até aos céus mais profundos
, do inferno oriundos, como profetas
contemos no bico os mandamentos sagrados
para tempos mais fecundos.

A minha medula
estremece quando sinto violarem o meu casúlo,
fulo, de placenta em placenta pulo,  enquanto
não chega o fogo da verdade, nele me emulo,
até as portas do paraíso, idealizo como será
esta nova passagem, hipersónica viagem,
um combinado de loucura e coragem, o portal
abre-se na sua plenitude, com tamanha magnitude,
amiúde calcorreamos este trilho, em direcção ao
brilho, que nos levará ao eterno Éden, onde um
poeta é tratado como um filho!

Jaula

Numa jaula sinto-me aprisionado
neste chão impregnado, triste fado,
neste escuro beco fui nado, só vejo
sangue e choro onde moro, neste
caos imundo está meio mundo traumatizado,
é a desgraça sem graça de forma gratuita,
fortuita furtuna não se coaduna com gente
que sofre de escleroses e dores prefurantes
na coluna.

Caem lágrimas em catadupa na face
do meu avó enquanto vê o toda uma vida
arruinada pela vigarice de uns tantos, mil e um
encantos e mais alguns sonhos, perdidos em
falsos cantos, onde ele viu prosperação e
felicidade agora só restam fantasmas e medronhos
irracional o modo como esfumamos ambições
de pessoas que lutaram uma vida, de forma prevenida,
longe da droga e da Sida, mal sabiam que o Diabo
estava dentro da sua própria família..


Aperta-me o coração quando topo que
no vago aspecto de um copo pode-se fazer
ruir um futuro alicerçado deste moço,
é triste a vaga alma que alguns ostentam,
a fúria que fomentam, a raiva que alimentam,
e só quando viram tudo de pantanas é que
se contentam, nessa gente não há amor,
calor humano, sorriso na cara, qualquer tipo
de fervor, só guardam inveja, cinismo, mentira
e rancor, descoloridos, vivem a vida a preto a
branco, destino enovoado no bréu,
é impressionante como conseguem subsistir
neste clico sem quaquel tipo de cor!

domingo, 27 de novembro de 2011

Escrita

Paisagem pintada a tinta preta,
caneta escorrega nesta biblioteca,
a luz do candeeiro já me fere o olhar
que vê brilhar esta folha, encolha
a palavra o que encolher, eu destilo
ódio e raiva nesta escrita, porque
estrupo os canalhas que maldizem de mim,
residem neste jardim à beira mar, pesar
sinto para aqueles que nao puxam inspiração
da sua mente, permanente estado letárgico
do hipocampo, amplo arsenal gasto de insultos
e trinta por uma linha para me rebaixar, não
posso relaxar, quando a escrita evolui todos os
dias, adivinha o que faço para me manter
na mesma forma? Busco conteúdos surreais
e totalmente fora das normas!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Cemitério dos Corações

Enlaço o destino na coragem quando nado
Até á margem, numa miragem vês a
Paisagem mais bela, relato o que vejo
Quando vejo, quando ouço,
Quando desejo num ápice como
O prazer de um beijo....
No rio vejo a transparência,
Apelo a sobrevivência da resistência,
Coerência espiritual, crucial para a
Continuação desta tropa criativa,
Nunca subversiva, gero apetência para
Espalhar esta missiva, para combater a
Destruição da sociedade,.....
A puberdade humana enjaulou a alma
Num circo de feras....
Cadavéricas aparições ilusionam salões...
Sejam bem-vindos ao cemitério dos corações....!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Poeta.

Poeta sou chamado,
Por aqueles que me seguem,
A minha escrita de todo o lado,
Como um trapézio sem rede,
Sem protecção ou seguro,
Vocês são especiais por mais que neguem,
Aqueles especiais,
Cruciais nos momentos ancestrais,
Onde eu viajo nas asas do destino,
Libertino esvoaçar,
Diletantismo querer transformar escrita em magia,
Antalgia das dores que sinto no crepúsculo,
Antologia quando a rima diverge entre o sonho e o
Músculo,
Emerge do fundo do Atlântico,
Fundo sossego e poesia, sabes bem..
É como sexo tântrico,
Dissolvo tristezas num leito de palavras..
Incertezas diárias que se esfumam,
Perante a potência destas metáforas
Macabras...
A caneta deambula perante a sanidade,
E a falta dela, vela acesa para quem
Sucumbiu a este mundo bizarro,
Onde a hipocrisia é metálica e a
Sinceridade não é mais do que..
Barro!

Verdade.

Olá bom dia, é meio dia e meia hora
Os adictos andam à nora,
Em busca da droga que não se encontra
Correm doidos por aí,
Estrada fora à chuva, movidos a sumo de uva
A moral da vida é tão pequena que não se avista nem à lupa,
Sem culpa foram botados neste circo de feras,
Tantas quimeras, tantas crenças,
E só se vê putos com roupas de marca sentados em Porsches Panameras,
Dão ar de inocentes, de não andarem ao Deus de Ará,
Mas na mala trazem mais coca que cartéis em Bogotá!
É esta a incoerência que nos rege,
Farto de ver injustiças expostas em notícias,
Sem ser herege tento criar ocasiões propícias,
Para deitar abaixo este compadrio que a gente elege,
Desavenças,
Imensas e propensas situações para criar revolução
Inoculação de ideias na zona de maturação
Cerebral, falta lucidez a estes miúdos de agora,
Caixa de Pandora aberta de forma indevida pela
Nata desnaturada que se desdobra em esquemas para
Pisar o próximo, para subir na vida, despida de
Valores morais, em murais se escreve grande
Parte da história da cidade, especificidade
Cultura,
Na ala dura, onde mora o governo da rua,
meus meninos, sejam bem vindos,
ao sítio sem máscara, bem vindos
à verdade nua e crua!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Sintonia com o além..

Nocturno Poético
Fonético em excesso
Nexo cultivado em diminuta frequência
Cadência espectacular,
Perpendicular ao secular modo de escrever,
A ferver,
Sou tão eloquente a poetizar que faço a estratosfera estremecer,
Decoro corações com orações que merecem condecorações
Em galas organizadas por fundações,
Edificadas sobre fortes alicerces,
Faço preces para obter benéces,
Não recolho o que forneces,
Moço vê se me esqueces,
És tão falso pareces vindo do governo mano,
Sem plano,
Provoco dano ano a ano,
Sugo a inspiração e a substância corporal até ao tutano,
Diabólico num futuro utópico onde o mental é hipnótico,
O presente melancólico,
Psicofónico hipotálamo,
Bálsamo num cinzento mórbido,
Cuidado irmão!
O meu lar é composto pelo espírito branco possuído pelo demónio!!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Introspecção !

Ando vazio num mundo cheio de nada
como uma fada esvoaço neste céu azul
de norte a sul deste país afundado em
desgraças, não ando nisto por taças nem
medalhas, se falhas levanta-te e tenta
de novo, és a esperança derradeira
deste povo, não poluas o teu núcleo
senão levas um empurrão no glúteo e
caíras na rua como lixo artístico,
místico sem ser cínico, rimador
clínico, esta barra bate-te como
um anti-histamínico, dissolve-se
na tua aura de poeta urbano que
manda a mentira por um cano, ano a
ano a tua categoria desce num ápice,
a lápis marcam o teu nome na lista
negra, porque deves a tua alma a estes
senhores que fazem da sua mão uma
a mais fria algema.

A tristeza que me invade
enchia três reservatórios no Iraque, no parque
desmarco influências, ando esgotado de demências,
infâncias etiquetadas tornam estes putos
ignorantes, farsantes desta peça de teatro,
que é a nossa vida, espera pelo segundo acto.
A Cortina fecha-se, num despedir melancólico,
bucólico, a minha vida provém de um cavernoso
passado, viciado em bruxaria e espíritos do oculto,
tumulto, busco no escuro a falha no muro para poder
pular para a outra margem da cerca, acerca disto
meditei dias a fio, sem perder o fio à meada, meditação
mediada pelo meu pêndulo mental, fundamental nesta
viagem de elevação espiritual !

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Abre os olhos mano!

Estilo genuíno gerado dentro do cérebro
velocidade hipersónica desta rima torna-te em algo efémero
parco e resoluto que crias intrigas tipo raparigas
já maior de idade ages como criança tipo Avô Cantigas
não intercedo por ti, desculpa lá esta frieza
mas não tolero gente que cospe no prato em sinal de riqueza
presunção e ignorância consome-te por inteiro
num fogacho, encontrar sinceridade em ti, é como uma agulha num palheiro
olhos vendados para o mundo real sem magia ou efeitos
banhado em cegueira e arrogância, mas vestido por uma manta de defeitos
sempre trunfo na manga para desvirtuar a realidade
os teus (supostos) amigos quando falam de ti, carecem de imparcialidade
conotam-te com grandes feitos, feitos numa determinada altura
mas vai se a ver e tu nunca estás, nem estarás à altura
dos grandes acontecimentos que acontecem num espaço
o vidro da tua vida, de tanta porcaria que fazes, que ficou baço
bagaço bebes como um desvairado num desvario
avario só de saber que nessa alma não entra carinho, ambição ou brio
ficção é a definição perfeita para a tua imperfeita
dissolução da mentalidade é a mais recente receita
mas no fundo tenho pena de te ver iludido nesta curta-metragem
ouço-te falar da tua vida e penso logo que é uma miragem
acorda filho neste trilho é bastante o problema e pouco o brilho
a vida é celeuma constante mas não obstante isso,
andar sempre de peito feito é o meu lema!


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Na tumba...

Na tumba jaz o segredo da maleita
ainda não refeita da sentença a bruxa
induz mais um perdido no erro de se
coligar à sua crença, desavença entre
si e o seu interior, temor tenho quando
penso naquilo que já fui à anos atrás.

É a tristeza que me enfurece e trespassa
ameaçada rasgar o meu intimo, por favor
eu suplico, não tragam a bruxa de volta ao
nosso círculo. 

Durante anos inadiu a minha
paciência e resistência com truques e 
planos de fachada, fechada dentro
do seu sepulcro, tumulto mental e 
físico, mítico efervescer, entrada em
combustão momentânea, sinto-me
a morrer dentro desta galeria, vedem 
esta área.

Vinculo entre o coração
e cruz, faz jus à intenção
que demonstras, encontras dentro
de ti uma faceta sórdida, atónico fico
quando te ouço ranger os dentes,
em sinal de raiva, sensação arcaica
não dou ouvidos à opinião pública.

A sapiência é laica!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Poesia

Num verbo cresce a lenda
perfura a fenda no meio da
muralha com metáforas assassinas
abundantes numa mente fértil como
areias finas, gradualmente avanças
neste percurso mental, crucial e
recheado de peripécias, desgraças
chegam de barco neste mar
como tribos fenícias, como satânicos
fazemos poemas em pirâmides invertidas
não entres em pânico, também tenho
sentido de humor e trago linhas
personificadas e divertidas,
sem duplo neste filme, sou
verdadeiro com quem me acompanha
tento manter-me firme como seguranças
da realeza, a beleza da frase é secundária,
quando a substância está em primeiro.!