Apresentação

Ser humano é medo, é fragilidade, lágrimas e sangue...
sofrimento, agonia, angústia e lamento sem fim...
a mim, a ti, a nós, o medo atacará até perder a voz..
vocês não acreditam...
enquanto isso..
ele age silenciosamente ...

Somos alimentados por medo!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Cultura

Respiro fundo para suster a tristeza
com a certeza de que farei a limpeza
mental que é crucial ao meu crescimento
intelectual...

Limpo os olhos do excremento
da sociedade suja de mentira e
tinta metida na face de quem mente
e nem sente que isso prejudica
quem a rodeia e sem saber
o fogo envolto dela ateia...

É só plasticidade em desuso
aparafuso mentes dispersas
desfeitas em peças sem conexão
coração ou paixão são insensíveis
temíveis por quem tem medo
sem razão...

Contrabandeio cultura
pura e dura sem armadura
nua de preconceito e vestida
a preceito para fazer furor
na rua onde a fome é crua
a droga vaguei-a de TGV
e a saúde anda de muletas
contra o trabalho de quem sua
para fazer o trabalho que
não se vê...

Viagem mental.

Nunca vida deixarei de escrever poesia
penetrar de mansinho no mundo da fantasia
que extasia e afoga fantoches num mar de azia
nas asas de um condor vejo a realidade social
prejudicial ao meu sistema límbico e neural
homens e mulheres gladiam-se por objectos
dejectos de gente que fazem parte do núcleo acéfalo
que irrompe diariamente pela mente da população
como um vírus mortal em constante ebulição
aversão tenho ao topo hipócrita desta pirâmide
onde o tronco está podre e canceroso de riqueza
obcessão doentia pelo dinheiro joga o ser humano
na mesa como bonecos manipulados com obscena leveza
suo a escrever como um feiticeiro possuído pelas vibrações
químicas e espirituais com que apimenta as suas poções
visões em catadupa alucinam-me o pensamento
encarceramento do hipotálamo numa caixa de pandora
agora com incenso esvoaço sem sair de casa ao sabor do vento
sinto suores frios em toda a dimensão do meu ser
efervescer em mim dum cenário que transporta bruxas e duendes
dementes e obstinados na sucção do mundo físico
intenção de implantação do mundo idílico
típico de anacrónicos que vagueiam em portais perdidos
terminou a nossa viagem pelo fantástico
a tua mente vagueou com a agilidade de um elástico
sarcástico destino que nos alberga
cega no caminho para o rumo mais drástico!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Metáforas

Sinais de fumo antecedem a tragédia
no castelo das sombras é brutal a miséria
tochas acesas sucumbem aos ventos da desgraça
o coração rebenta de medo quando não se conhece a ameaça
são bestas que se referem em lendas ou livros arcaicos
que aprisionam de forma vil estes nossos mentais laicos
sobrevoam os céus aterrorizando as nossas gentes
estas criaturas são temíveis, surdas e indigentes
envoltas em chamas, de olhar vago e homicida
balançam o peso que define o rumo terrível da tua vida

....

Esta metáfora serve para criticar aqueles
falsos que nos tentam derrubar com golpes
baixos e sem qualquer tipo de escrúpulo...

Há que ter consciência do caminho trilhado
mas nunca esquecer que é um campo minado
sem respeito, mal amado, dono de mil e um defeito
tanta gente opina parece formada em Direito
esgotado de tanta crítica infantil e sem fundamento
gente que não tem horários nem ritual, síndrome parlamento
ignorantes que falam da escrita como alto relativo
mas isto é magia, algo poderoso, natural e instrutivo...


Poesia é magia, escritor é feiticeiro, sociedade é a inspiração!

Dediquem horas a escrever e a ler
a vossa mente fluirá livremente
como um falcão que voa nas serras
onde tu corres, sobes, e berras
a poesia é elo entre o homem e o
espaço oculto da sua visão ...


Rui Castro

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Catraia

Num vão de escada
chora a catraia ...
triste e magoada
a sua vida é só raia
escura e pálida
olheiras e cicatrizes...
fraca e inválida
vida sem regras ou matrizes
abandonada pela sorte
num beco frio e perigoso
vizinha próxima da morte
que se ri dela por gozo...
sádica e mórbida....
sem rei nem roque..
a situação é sórdida ...
a bruxa espera que a trompa toque
para soltar o feitiço
diabólico e perfumado...
com aromas de um submisso
pela magia negra escravizado...
a respiração da catraia vacila..
ofegante e sofrida esta criatura..
nunca a deixaram tranquila...
a vida sempre lhe foi dura....
desfalece levemente num sopro...
suave e fatídico que suspira a bruxa...
com esta história eu também sofro
é demoníaco quando para baixo o diabo nos puxa!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Dedicados aos meus tropas!

A morte volta a atacar
mortal e mordaz
de soslaio voltar a apanhar
este jovem inocente
indecente é os meus amigos
serem levados para jazigos
dantes idosos faleciam na quinta
agora já se morre antes dos trinta
trinta por uma linha
conselho de amigo
leva a tua vida numa linha
sem rota ou destino
o Diabo é o inimigo
improvisa solto e louco
toda a loucura sabe a pouco
soco no estômago é duro
quando se perde um tropa
topa a tua felicidade a ir contra um muro
branco e de cal
a cabeça fria é premissa fulcral
resumindo vive a tua vida sem travões
com sonhos, desejos, ambições e sucessos
porque os recantos deste mundo são perversos!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Cidade mortal!

A dignidade é uma lenda
nesta sociedade emporcalhada
de mentira e hipocrisia
dizem que sou fresco
mas vivo sobre brasas
esvoaça com poesia
que irrompe pelas casas
eu voo com a mente
portanto podem-me cortar as asas
neste céu enojado da vossa falsidade
é banal o ser humano fingir em série
a cidade implode em raiva e medo
é este o destino, impossível fugir
a realidade é dúbia no cenário
macabro que enfrento
sem saída neste beco
frio e escuro sem alumio
estremeço de receio
vou me fechar em mim mesmo
e cerrar os dentes na luta
esquecer este frenesim
e restabelecer energias
para voltar a pegar na batuta!

domingo, 7 de agosto de 2011

Feitiço

Este mundo vive afogado na bruxaria
fantasia como sessões de quiromancia
o teu corpo vibra que até parece epilepsia
derrame sanguíneo tal e qual apoplexia 
pulsação arterial acima do ritmo benéfico
o conflito de ideias dentro do encéfalo é pérfido
a fusão entre o fantástico e a escrita é algo inédito
confronto épico entre um sádico e um benemérito
cuspo ácido acético em forma de vocábulos brilhantes
verbos e metáforas com as suas cores fascinantes
os sinais de ruptura do sistema são entusiasmantes
largo os leões na arena de frente para os governantes
assaltante do intelecto do grosso social nacional
prejudicial à mentira e à hipocrisia actual
caminho limpo e branco enquanto piso um lamaçal
respeito é de tal ordem que já soa a episcopal 
a poesia enfeitiça como a poção mágica
vinda do oriente numa era de maldade clássica
a poluição da mente é uma situação trágica
ocorrem suicídios em série enquanto treino a métrica
viúva negra enternece falsamente o marido desgraçado
fracassado por pensar que é sinceramente amado
aclamado por um povo que pela viúva foi endiabrado
numa noite de um nevoeiro sombrio e cerrado!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Terra Doente.

Cheira o pavor no ar
amor fugiu no primeiro vagão
entre carris foi a todo vapor
ficou o medo sozinho nesta área
degredo alastra-se na selva
urbana e desumana, sabes bem
além de tudo, o meu grito é surdo
profundo nesta gruta sem fundo
imundo ou imunda, é como quiseres
este verso é vil para homens e mulheres
neurónio cresce à medida da escrita
que recita e implica visão alargada
não retardada, aprofundada e melhorada
mas o ar poluído com ácidos é viciante
aliciante e leva-me para um beco
aperto sinto quando não vejo alma
nesta cidade perdida no terror químico
cínico que detona a bomba da mente
e faz estilhar o sistema central vital
crucial poder de manter a frieza
farei tudo para me por à parte da indecência
ciência sem sapiência só bom senso
desta doente Terra até Marte!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Volta!

O que fazer quando o amor é impossível?
Impossibilitado por um medo sombrio e temível
invisível barreira impenetrável por este frágil ser
ser ou não ser corajoso é a questão que me faz adoecer
arrojo é me solicitado mas por esta altura só à receio
por um carinho, beijo ou abraço teu eu ansiosamente anseio
indecifrável dogma quando a aura transparece o estatuto
magoa-me suspeitar que penses que sou só um puto
em busca de protagonismo ou prazer sem valores
mas só te quero afastar do sofrimento quando sentires dores
aquecer-te corpo e alma quando tremeres de frio
poder enaltecer com um sorriso essa tua beleza e brio
faltam as palavras mas desdobram-se os sentimentos
dou por mim a ver a tua cara reflectida no vidro em momentos
de melancolia e agonia da alma que sem calma
não aproveita o mundo que tem sossegado na palma
porque ele só faz sentido contigo a ser parte integrante
a falta que me fazes é por de mais visível e gritante
Volta e traz contigo aquele brilho dos velhos tempos vividos
torna-me triste saber que estamos por quilómetros espirituais divididos!