Apresentação

Ser humano é medo, é fragilidade, lágrimas e sangue...
sofrimento, agonia, angústia e lamento sem fim...
a mim, a ti, a nós, o medo atacará até perder a voz..
vocês não acreditam...
enquanto isso..
ele age silenciosamente ...

Somos alimentados por medo!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Arco-íris

Sou um arco-íris que te fascina
a maresia que te embala neste mar que extasia
sente a minha fluência no teu espírito
eleva-te até ao ponto mais mítico
liberta-te das amarras e torna-te um astro
abre os olhos e vê este éden fantástico
tu és a minha sinopse nesta curta-metragem
vida levada ao segundo onde o erro não tem margem
a felicidade é o objectivo que te alimenta
debaixo da chuva que te inunda nesta tormenta
tu sonhas com cores garridas neste mundo a preto e branco
não sucumbas à inércia como um reformado num banco
sê entusiasta da vida e fura a nostalgia que nos bloqueia
nem cedas ao ódio que durante décadas te incendeia
sorri ao olhar para a cara do teu filho e o seu sorriso inocente
vê-lo crescer gradualmente com a sua mente proeminente
é genial esta cooperação que existe na vida do ser humano
ama o próximo com intensidade até ao cair do pano
quando cair despede-te com dignidade deste mundo digno
fecha os olhos e deixa-te levar pela essência do teu signo
evapora na brisa marítima que te fez embalar
esquece tudo que te fez tanto chorar
agora abre um esgar de alegria
porque o paraíso ainda brilha...

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Noites em Claro.

Passei noites em claro
a escrever rimas sem nexo
algumas saíam bem, é um facto
umas sobre amor outras sobre sexo
sempre com educação e destreza
sentido cívico e muito coração
sempre ciente da pureza
que contém a arte em questão
nunca me vendi a interesses
que banalizassem a poesia
ninguém ouviu as minhas preces
enquanto limava a minha filosofia
circundei desgraças e azares
nesta vida que abracei com força
lutei contra hipocrisia e seus pares
até os levar ao alto da mortal forca
dou graças por tão agraciado dom
que tento melhorar a cada dia
poesia em papel ou cantada num som
que o meu caminho escuro alumia!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Alquimíca!

Perturbação alquimica
poética e clínica que me leva
á reabilitação anímica,
degenero em vocábulos
empossados pelo demónio
que crescem nas ruas
como lampadas de sódio...
anacrónico modo de relatar
o desmembrar de uma babilónia
afogada na insónia que afecta
a escória que fazem o alerta soar
na campainha do inferno, circuito
interno neste condomínio fechado
de insanidade revestida pela escuridão
do inverno..
Poesia, feitiço milenar que cura
depressões e esfia maleitas
receita ancestral, crucial e triunfal
druídas dão o aval a esta arte
sublime que embeleza textos
sinceros como a neve no Nepal...

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Cripta

Na cripta trancado dias a fio
desafio a lógica e a física num papel
a meu bel prazer testo até á exaustão
milhares de combinações frásicas
kármicas sensações invadem-me o
organismo e aceleram o metabolismo
numa velocidade assustadora,
expressionismo gizado com uma pena
e tinta de sangue, expande-se no meu
hipótalamo uma mancha preta e branca
a minha vida é um tecido de pele sem
pigmentação.
desmembro dogmas e faço jorrar
o bom senso preso em cápsulas
dentro dos seus vasos ideológicos
relógios de cuco dão as horas batendo
o ponteiro num ritmo sádico neste mundo
de barro revestido de luzes negras e
plástico. O olhar de quem me mira
desfaz pirâmides e catapulta a verdade
para a ribalta, o olhar com que eu miro
avista demónios a engolir querubins com
promessas e chantagem, neste mundo
selvagem a mentira vem descrita na
carta da vantagem...

Já são 13 horas, passei dois dias dentro
desta pérfida cave, estou cansado, pálido,
magro como um inválido...
Num repente a minha face expressa
um esgar de angústia, dúvida, tristeza
sombria que ludibria a minha consciência
quando a mente escurece ninguém apela
à ciência...
após meia hora de procura nesta cripa
pura e dura onde a criação perdura,
já passou o mais grave...
após tanta procura, 

já sei da chave!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Pensamentos

Sou um poeta numa esquina
de óculo preto e chapéu para esmola
sou um ladrão que tem que dar à sola
eu e a poesia somos um como a nitroglicerina
narcóticos e mortalhas num cartel de luxo
sou um mendigo na viela bêbedo, drogado e sujo
afogado neste país de cabeças limitadas
sou crianças inocentes encarceradas em intifadas
de olhar puro e linfa doente de tanta poeira química
e de coração cansado de tanta gente cínica
sou e serei um eterno jovem de espírito
de valores e princípios graníticos
sem remoção possível ou modificação
envolto em bruxaria eu sou uma alucinação
alusão instantânea contra a infâmia e hipocrisia
fantasia que extasia o teu olhar que tenta
não me deixar brilhar
eu sou uma bola de cristal, vocês
não passam de bolas de bilhar
com números, cores e objectivo nulo
eu sou um insecto venenoso com fluído
contagiante, fujam , está para breve a minha saída
do casulo...
viúva negra o corpo que dá figura a este espectro
fano a vida de quem não dá aso ao respeito
peito aberto contra quem me fura o dorso..
contorço-me com dores físicas na zona cerebral
cuidado! Saturação do globo neural...
hipotálamo armazena conteúdo com substância
filtro o produto fútil...
consumiste? Eu chamo a ambulância
eu sou o anjo que nasceu soterrado por ódio
episódio macabro que abro como cloreto de sódio
o anjo que lutou para sair dessa nuvem de desgraça
abriu a caça, matem a bruxa do gato preto....

domingo, 15 de janeiro de 2012

A dança dos imorais!

Fechado num quarto escuro eu imagino
a realidade da rua crua eu abomino
devoro a escrita como algo afrodisíaco
frases têm duplo significado como fitas do zodíaco
caixões são salas de estar para espíritos amaldiçoados
diabos adormecidos cometem mil pecados
velas iluminam este caminho cheio de minas
em forma de viela com seringas e meninas
turbilhão de flagelos assola o meu ninho
rodeado por fantoches e mesmo assim tão sozinho
venenos e drogas contaminam organismos
provocam dores e vómitos em direcção ao abismo
heroísmo é a sentença de alguns sonhadores
sonham com o paraíso ou uma ilha dos amores
acordam encarcerados em celas e jaulas
com carniceiros e mercenários escutaram aulas
de como ser um ás na arte da imoralidade
rivalidade, a classe maçónica não permite qualquer
equídade...

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O Dia da Mudança!

09: 45....

Em casa....

Ui? Barulho? Ouço um estrondo!
um berro hediondo vindo da rua
o uivar da revolução no meu ouvido ecoa
calma! Tenho que me munir das melhores armas
mal desço à calçada vejo pilhagens por alimentos e fármacos
forças de segurança ripostam com violência e autoridade
sobre estas pessoas cegas por falsas esperanças de prosperidade
sinto-me confuso...
a mente entra em parafuso neste ângulo obtuso
pensei que o 25 de Abril tivesse caído em desuso
expulso do centro comercial pela policia de intervenção
parto o vidro em sinal de protesto contra a subversão
aversão ao poder instituido pelos senhores das leis
eis que vejo várias raças em desacatos e disturbíos
nos subúrbios, fecharam as rádios, pegaram fogo aos estúdios
catapultaram esta escalada de violência
reclamando o direito à liberdade e à inocência..
governo apanha o vôo para Moscovo à ultima da hora..
sem chefia neste caótico país, como vai ser agora?
o sangue pinta as avenidas de um vermelho enraivecido
ódio fornecido por palavras de ordem e estandartes
com imagens de Salgueiro Maia e Zeca Afonso
encostado a uma parede penso:
como é possível bater tão fundo neste poço?
vejo pessoas que viraram animais, sem valores ou escrupúlos
mestres matam discipúlos com punhais e navalhas,
população vacilou perante um sistema com tantas falhas..
foi o crédito bancário e o aumento do défice,
várias casas com segredos e um ilusório país das maravilhas
sem qualquer tipo de Alice, o saco foi enchendo até rebentar
pelas custuras...
no fim da revolução sangrenta, a minha mente tenta carborar
içar qualquer pensamento à sala dos comandos
vejo rostos brancos, sem expressão, humanidade em aniquilação..
corpos inertes, neste vazio de espírito como um deserto,
tão longe e tão perto do objectivo desta sociedade,
sentir a suprema felicidade...
atingir o nirvana da existência humana...
transumana ideia que corrompeu a espécie e a fez
tombar...
olho para céu e vejo, a viúva negra manda um beijo
na face de Satã,
Senhores sejam bem vindos... ao dia depois de amanhã...

16:34...

Foi o ultimo relato que pude fazer, a eletricidade rebentou, ficamos sem
forma de comunicar...
Fui ferido numa rixa de rua com dicidentes...
Senão enviar mais nenhum relato, já sabe...
Sucumbi a este tubo que tenho a perfurar-me os pulmões..

agora tento fugir.... se eles me apanham...acabou....

16 de Novembro de 2024....


Faço favor..

No segundo em que escrevo
o teu espírito descrevo
decifro o teu sorriso
sobre ele profetizo ou
ironizo e sobre os efeitos
pesquiso quando os sinto
em mim...
jásmin ou rosa de espinhos?
por estes caminhos descubro
o caminho vil para a felicidade,
na cidade a ferro e fogo...
mergulho no silêncio porque
esgotei do barulho, do cimento
destruído e transformado em
poeira e entulho...
agora quero verde, brisa, maresias
e areias, ceias com a minha alma
gémeas, adoro-a com toda a força do
meu ser, sobreviver é o mote,  forte
sou, cristo não me abençoou,
ateu me fiz, tracei meu trajecto a giz..
alguém que me perdoe os erros que fiz
com vinho ou aniz, mas eu sou assim
desde raíz...
se ser fiél a mim mesmo é a matriz..
então, faço favor de ser feliz...!

sábado, 7 de janeiro de 2012

Levanta a cabeça!

Não faças de coitado, coitado de ti
que mendigas para ter amigos, amigo,
no mundo em que estamos, ninguém liga
a mendigos.

Levanta a cabeça e segue a tua
vida de modo digno, luta, procura trabalho e
ganha tino, destino não é explicação para
tudo, se segues mudo, não esperes que
a tua palavra tenha a força de mudar o
mundo.

Se me vês a chorar é de raiva,
esta água salgada que a cara me lava,
é a mesma que te fura a tua hipocrisia
com a ferocidade da lava de um vulcão
em erupção, opção secundária neste jogo
de prioridades, disparidades apresentas
no discurso que destilas fluído, fluídamente
mentiroso, nervoso, tendência abissal
para cair no descuido!


Enchi da tua comiseração,
flagelação e arrogância vinda
e ensinada desde infância, mas vê
agora a descrepância que reina na tua
cúpula, estou esgotado desta magia
artificial, superficial, plastíca e
desorientada de acordo com os
ponteiros da bussúla!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Não me chames...

Não me chames interesseiro, mas eu tou interessado
em ti miúda, dizem que sou claro como água, mas
não lavo roupa suja, sujo papéis com rimas de qualidade
habilidade vinda da placenta da deusa que me deu à luz,
reluz dentro de mim o poema do amor, calor ou frio,
nada para este meu vício, propício, sem ser fictício,
dá-me a tua mão princesa, acesa vela, vela pela alma
que ouse criticar a nossa união celebrada com fogo
de artifício, cada verso é uma dedicatória, oratória
sobre ti, sou anti falsidade e estupidez, um de cada vez
vão sucumbir à minha linha, alinha comigo nesta batalha,
mortalha lisa a palavra é a substância, ânsia de fazer vencer
aquilo que idealizo, poetizo e profetizo, não piso, socializo,
escrevi muitas vezes com lágrimas a cair nas mãos, vão esforço
quando alguns se esforçam o dobro em criticar as págnas, deste
auto, incauto, pauto cada momento com alguma sapiência que
me foi dada durante décadas, bidecano nesta vida onde
miúdas querem o ébano, rosas sem pétalas,  nervosas e
artificialmente belas, embora lamente este panorama,
tudo nos trama, mesmo que troques o teu sangue
pelas mais belas prosas, as venenosas vão fazer fluir
seu fluído veneno, como uma serpente no feno, mas
o mais leve descuído pode levá-los ao alçapão, sem água
ou pão, e aí entro eu, com os olhos ensanguentados, munido
de caneta em forma de arpão, pensaste que tinhas ganho a sorte,
mas enganaste-te no cupão.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Poéticamente

A escrita é vista como algo sombrio
onde prevalece a moral e o brio
desmonta a mente como se fosse um lego
mas tento ser muito coração e um bocado menos ego
embelezei as minhas frases com alquimia
apenas sentimento não necessito de rubis e safiras
brilham os olhos de quem lê estas fábulas
espontâneas e precisas sem recorrer a cábulas
num submundo erguido das catacumbas do pensamento
onde tudo é um breu espesso com a dor como isolamento
cinzas e pó é o nosso ultimo estado físico
enquanto somos pele e osso que apuremos o sentido cívico
agucemos a vontade de saber mais sobre o nosso mundo
percorramos milhas e milhas em apenas um segundo
viagem espacial num invólucro espiritual
poesia, a magia da mente em ponto colossal!