Era-mos crianças pequenas e irreais
de mão dada para a escola levados pelos pais
tempos bons e velhos como barcos no cais
alegres e viciados na brincadeira sempre querendo mais
aulas e aulas para aprender o que nos ensinavam
sorriamos enquanto alguns lá fora roubavam
no escuro da sociedade os teus azuis olhos brilhavam
a magia da tua cara sobressaia quando os pais nos ralhavam
.........
Alguns tempos depois...
Foste para uma cidade longínqua
deixas-te orfã esta nossa amizade
fiquei sozinho com a maldade à míngua
mal sabia eu que a vida me ia dar outra oportunidade
de te aconchegar com o amor do meu coração
sem luxos ou falsas e vãs promessas
sempre vi em ti sinceridade sem ficção
voltaste a ser a minha luz em marés adversas
a tua distância não rompe estes nossos laços
de sangue que nos unem de forma bem segura
um dia vida unirá outra vez os nossos passos
embevecidos pela amizade, união e ternura...
.....
Agora....
Escrevo este trecho para a tua pessoa
sentido e com alguma qualidade
mostramos ao destino com quantos paus se faz uma canoa
torneamos a distância com esperteza e facilidade
agora espero por uma chance cara a cara
para reaver todo o tempo gasto em silêncio
somos o vingador que o vil tempo desmascara
contigo ao meu lado qualquer demónio eu venço
a tua simpatia derrete até a barreira mais dura
adoro esse jeito tenho a certeza que já te disse
sinto isto com uma vela que até ao vento perdura
no parapeito da janela, sabes que mais? Obrigado Nilce.
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