Apresentação

Ser humano é medo, é fragilidade, lágrimas e sangue...
sofrimento, agonia, angústia e lamento sem fim...
a mim, a ti, a nós, o medo atacará até perder a voz..
vocês não acreditam...
enquanto isso..
ele age silenciosamente ...

Somos alimentados por medo!

domingo, 22 de maio de 2011

Casa dos Penhores

Sejam bem-vindos senhoras e senhores
à minha loja dos penhores
onde enfrentam cem tristezas e mil horrores
tudo é a preto e branco aqui não existem cores
fantasmagoria evoco a cada passo
toco o alerta com a campainha do compasso
o vácuo espiritual esvazia o tempo e o espaço
vou à gaveta buscar isqueiro enquanto o Diabo saca do maço
vês corvos, raposas e lobos embalsamados
no chão dançam pelo absinto amestrados
os seus olhos nestas raridades então concentrados
vê cabeças cortadas por assassinos contratados
concebi esta casa de penhores para depositar artefactos
bíblias refundidas empoeiradas na gaveta
o tempo aqui passa à velocidade dum cometa
tento lembrar-me deles na minha caderneta
corri linhas e linhas de poesia estilo estafeta
e bani o saudosismo que a alma manieta
relógios de parede marcam o tempo no ponteiro
tempo esse que te fere como um morteiro
desta casa das cem caras eu sou porteiro
deste santuário épico de lembranças sou parteiro
vais levar um medalhão egípcio de elevador valor
para a fantasia e alucinação isso é um elevador
sentirás os aromas africanos mesclados com calor
formigueiro na tua pele e nos olhos um vil ardor
tire-me essa maldição daqui humilde senhor
é tamanha a carga pesada que me faz um favor!

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